sábado, 21 de outubro de 2017

Almirante Othon: finalmente livre o mais importante cientista nuclear brasileiro

Almirante Othon: finalmente livre o mais importante cientista nuclear brasileiro

14 10 2017 http://causaoperaria.org.br/blog/2017/10/14/almirante-otho-finalmente-livre-o-mais-importante-cientista-nuclear-brasileiro/


No último dia 11 de outubro, o Tribunal Regional Federal da 2a Região (TRF-2) concedeu habeas corpus e liberdade ao vice-almirante do Corpo de Engenheiros e Técnicos Navais da Marinha do Brasil Othon Luiz Pinheiro da Silva.
Othon foi condenado injustamente por corrupção pela operação fraudulenta e golpista da Lava Jato em 2016. Então com 77 anos de idade, sua pena foi de 43 anos (ou seja, prisão perpétua). Em um processo orientado e inspecionado atentamente pela CIA, sua pena foi a maior até momento: o dobro da aplicada a José Dirceu.
Quem é o vice-Almirantye Othon?
Othon é engenheiro mecânico, naval e nuclear e sua vida está profundamente ligada ao programa nuclear brasileiro. É um cientista de reconhecimento mundial, tendo recebido inúmeras homenagens por ser um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento de uma tecnologia para enriquecimento de urânio denominada ultracentrifugação.
Ele chefiou o programa secreto da Marinha que deu ao Brasil o domínio desta, que é uma das mais cobiçadas tecnologias do mundo. Foi dele a decisão final por escolher o caminho do Brasil na definição do conceito tecnológico usado até hoje. Neste conceito, desenvolvido pela Marinha brasileira, a técnica magnética substitui a mecânica, que é a utilizada pelos alemães, pelos russos e pelos norte-americanos e é conhecida como técnica de Zippe. Portanto, neste ponto a tecnologia brasileira está sozinha e é a única a utilizar a técnica magnética, superior, pois, à mecânica. Por isso seria estratégico que nosso País mantivesse esse segredo tecnológico e este segredo é oriundo das pesquisas do Vice-Almirante Othon.

Foi também isso que fez o Brasil se tornar independente nesta área de conhecimento e tecnologia, passando a dominar toda a cadeia produtiva da energia nuclear e garantindo a construção do submarino de propulsão nuclear SN Álvaro Alberto (SN-10) e o abastecimento das usinas nucleares do país. Pode-se dizer, portanto, que Othon é o formulador da matriz energética brasileira, já que o Brasil, a partir de suas pesquisas passou a dominar o chamado “ciclo do urânio”, que pode servir inclusive para a construção de bomba nuclear.
A perseguição do imperialismo a Othon
É imprescindível assinalar que o Almirante Othon foi durante toda a sua vida perseguido e vigiado pelo imerialismo. É emblemático desta espionagem o período entre 1982 e 1984, quando Othon era diretor de pesquisas de reatores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN). Durante esses anos, ele foi ativamente monitorado pela CIA, que mantinha um agente, Ray H. Allar, morando no apartamento ao lado do dele em São Paulo. A mesma CIA de  onde o juiz Sérgio Moro recebeu formação.
Outro dado muito importante é o de que antes de assumir o processo contra Othon, Marcelo Bretas, juiz que o condenou, ficou quatro meses em Washington, D.C., capital dos EUA, onde estudou o funcionamento da Justiça Federal norte-americana. É nesta perseguição implacável a Othon que aparecem as acusações contra ele:
antes de ser presidente da Eletronuclear (cargo que ocupou entre 2005 e 2015), Othon acertou com a empresa Andrade Gutierrez para que se o governo brasileiro adotasse o seu projeto de matriz energética, ele cobraria e lhe seriam devidos três milhões de reais. Ele estava cobrando pela sua criação, pelo seu trabalho. E condicionou o recebimento para o caso de o governo federal adotar as suas formulações para a matriz energética brasileira. Depois que se tornou presidente da Eletronuclear, o governo federal adotou a matriz energética que ele havia formulado e Othon recebeu aquilo que lhe era devido: não um percentual sobre obras ou lucros, mas sim o valor anteriormente acertado, de maneira absolutamente legal e lícita.
Ora, no processo fraudulento da Lava Jato impetrado contra Othon, se argumentava que os três milhões de reais que ele havia recebido iriam servir para ele “passar uma aposentadoria tranquila”.
Nada mais mentiroso, pois este valor iria servir, como toda a comunidade acadêmica sabe, para que ele desse continuidade ao projeto revolucionário de sua vida: ele estava desenvolvendo um projeto de hidroturbogerador que permite a produção de energia a partir de uma queda d’água de apenas um metro e vinte de altura. Isto iria beneficiar milhares e milhares de famílias com energia farta e barata. Este era o projeto de Othon, que foi bruscamente interrompido por sua absurda prisão.
Um temor de todos os que conhecem o trabalho de Othon é o fato de que após sua prisão a CIA (que como sabemos é o organismo que dirige e organiza todos estes processos), possa ter acesso aos seus documentos secretos, que foram confiscados pela Lava Jato. Isso pode comprometer o segredo mais bem guardado da tecnologia e do programa nuclear brasileiros.
Assim, podemos responder: a quem pode interessar o encarceramento perpétuo do Vice-Almirante Othon? A quem interessa prender e condenar para sempre à prisão o homem que colocou o Brasil entre os poucos países que dominam a tecnologia nuclear em todo o mundo, o homem que estava desenvolvendo um projeto que iria levar energia barata a milhões e milhões de brasileiros?
Como já apontamos, a interesses do capital imperialista, que jamais desejou a soberania do Brasil, e sim que nosso País permanecesse subserviente e dependente da ciência e da tecnologia estrangeiras.
Neste sentido é que podemos afirmar veementemente: os processos que se dizem “de combate à corrupção” no Brasil são uma fachada para a realização de crimes contra o direito de defesa em nosso País e de perseguição a pessoas que, como Othon, buscam investir na soberania nacional. Estes processos têm sido sistematicamente utilizados para práticas absolutamente ilegais, de violação aos direitos e garantias fundamentais, e desde o Mensalão até a famigerada e criminosa Lava Jato, são mecanismos usados para a concretização do golpe do imperialismo contra a nação brasileira.
Que a libertação do Vice-Almirante seja saudada por todos nós que acreditamos na soberania nacional.
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