segunda-feira, 31 de julho de 2017

Arrogância e solução final





Arrogância e solução final


por Denise Silva Macedo* — publicado 29/07/2017 12h00, última modificação 25/07/2017 13h11

Os indesejáveis precisam ser desumanizados para o desvairado justificar sua violência. No Brasil, vigora o desprezo pela diferença
https://www.cartacapital.com.br/blogs/blog-do-socio/arrogancia-e-solucao-final?lipi=urn%3Ali%3Apage%3Ad_flagship3_detail_base%3BN%2BYs20BbQw27uJPv3h1vkA%3D%3D

Arrogância fascistóide. Está na incompetência truculenta do prefeito de São Paulo na cracolândia, na ânsia de vômito do prefeito curitibano Rafael Greca causada pelo cheiro do pobre, na política genocida dos ficcionistas políticos e econômicos no glorioso congresso nacional (sim, iniciais minúsculas).
Está nos bolsomitos, na violência de cada dia dirigida ao outro. Para o arrogante, esse outro não deveria existir por atrapalhar e invadir seu espaço, aliás, enorme, segundo sua insanidade. Delirante, ele agride e elimina o outro. Em sua mente distorcida, inventa cenários, trama enredos grotescos e desenha a solução final: livrar-se desse invasor fabular.
Argumenta desatinadamente e tapa os ouvidos ao bom senso, pois a verdade não pode contrariar seus desejos infantis nem suas atrocidades por motivos vãos. Esse egocêntrico não quer se vingar de seus inimigos imaginários se for necessário. Quer se vingar de qualquer maneira.
O arrogante costuma ser irado, e a ira desconhece vergonha, decência, honra, laços afetivos. Incida tal ira sobre um pai, este também se torna inimigo, denunciou a filosofia antiga. Esse desdenhoso quer esmagar, desproporcionalmente, o que possa ameaçá-lo, ainda que a ameaça seja apenas uma leve nuvem passageira que se interponha entre esse ser extravagante e o sol.
Ele é como o louco Calígula que, irritado com trovões, desafiou Júpiter, um deus, a um combate mortal. Ou como o louco Nero, que mandou matar seu tutor, o sábio Sêneca. Ensandecido e ridículo, o arrogante se põe nu. O próprio Sêneca ensinou que a maldade deve ser eliminada para eliminar a ira, mas o arrogante é autoindulgente. Contorcionista moral, julga-se explorado, insultado, injuriado, injustiçado. Mistura cólera com perversidade arraigada e racional e exclui o outro sem remorso porque esse outro não é humano.
Os indesejáveis precisam ser desumanizados para o desvairado justificar seus pequenos holocaustos. Thomaz Wood Jr. publicou nesta revista que a Neurociência diagnosticou esse doidivanas: quem tem poder sofre de uma fragilidade de espelhamento no processo neural, que fundamenta a empatia.
Essa patologia tem nome: Síndrome da Arrogância.(...)
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https://www.cartacapital.com.br/blogs/blog-do-socio/arrogancia-e-solucao-final?lipi=urn%3Ali%3Apage%3Ad_flagship3_detail_base%3BN%2BYs20BbQw27uJPv3h1vkA%3D%3D


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