sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Educação contra o Fascismo

Educação contra o Fascismo

Carlos A. Lungarzo


A palavra “fascismo” foi tantas vezes usada pela esquerda, que às vezes é difícil reconhecer quando encontramos verdadeiros fascistas.
Quero lembrar que Paulo Samuelson (um dos últimos economistas científicos, substituídos depois pelos contabilistas do Chicago think-tank), no começo de 1980, cunhou o termo “fascismo de mercado”, para se referir a regimes autoritários, corporativistas, policiais, militaristas, que, em vez de possui algum líder carismático (Führer, Duce, “Caudillo” ou Ustacha), governam através de um staff de burocratas ao serviço de mercado.
É curioso que, embora durante a ditadura cívico-militar apenas alguns ditadores possam ser qualificados de fascistas (os únicos dos quais tenho conhecimento são Medici e Costa e Silva), no Estado de São Paulo o fascismo é uma norma desde tempos imemoriais.
Considerado internacionalmente (junto com Buenos Aires), o maior reduto do Opus Dei no mundo subdesenvolvido, região onde foi atuante o integralismo, com uma longa tradição de racismo, regionalismo, com um judiciário célebre por suas atrocidades, e uma das policias mais semelhantes a Gestapo, o governo de São Paulo está passando dos métodos “sutis” aos mais diretos, para completar sua meta mais preciosa: destruir a educação.
Uma análise superficial poderia fazer pensar que o único motivo é poupar alguns míseros milhões para que as famílias dos dignitários possam fazer mais compras em Miami, mas não é só isso. Tomara fosse!
Apesar da escassa inteligência dos comandantes do estado, é óbvio que há alguns consultores que pensam, ou, pelo menos, sabem copiar. A educação é o único método para emancipar o ser humano, e é a única revolução que pode dar certo, e tem dado nos países  onde o esforço por educar o povo foi forte, como no Norte da Europa.
Então, desmontar a capacidade do povo de pensar e obter informação é o objetivo mais importante. Mas, os governantes são seres biológicos, e também têm seus gostos e paixões, e não há que desprezá-los.
O terceiro motivo para destruir o pouco que fica do sistema público de ensino paulista é o ódio. Nesta truculenta gangue, já houve prefeitos que fecharam as calçadas para que não fossem usadas pelos pobres. Houve sempre e há, políticos de diverso rango comprometidos na carnificina de moradores de rua, detentos indefesos, manifestantes, adolescentes pacíficos como estes que ocupam às ruas.
A ocupação das escolas do Estado de SP é um dos maiores fenômenos de desafio à ordem fascista no Brasil. É um movimento claro, protagonizado por populares, espontâneo, da auto-defesa, e, sobretudo corajoso. São jovens totalmente pacíficos, se confrontando com assassinos profissionais armados até a medula.

Da educação depende que, dentro de alguns séculos, se o planeta ainda tiver habitantes, estes estejam regidos pelo terrorismo do Opus Dei, ou por pessoas que pensem.

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