sábado, 31 de dezembro de 2011

DITADURA: A FOTO DA DILMA E O TEATRINHO MILITAR

Já que fui citado na imprensa como um dos réus fotografados no mesmo lote da imagem de 1970 da presidente Dilma Rousseff, vale a pena falar um pouco sobre como, durante a ditadura de 1964/85, encenavam-se julgamentos nas auditorias militares para justificar as sentenças que os serviços de Inteligência e o comando das Forças Armadas previamente estipulavam. (Celso Lungaretti)

Deu n'O Globo (vide íntegra aqui): 
"No começo de 2011, quando o país assistia meio incrédulo à festança de chegada ao poder de uma mulher e ex-guerrilheira, caíram nas mãos do pesquisador Vladmir Sachetta, por acaso, três fotos que revelavam um dos momentos mais marcantes da 'terrorista' Vanda. As fotos são da presidente Dilma Rousseff no frescor de seus 22 anos, com ar rebelde, e de seu ex-marido Carlos Araújo, em depoimento na Primeira Auditoria Militar do Rio, em novembro de 1970.
 Sachetta (...) procurava imagens de militares da Aeronáutica envolvidos no sequestro, desaparecimento e morte de Rubens Paiva. Caiu nas mãos dele uma pasta com o título Justiça Militar. Na última página, encontrou as fotos de Dilma, Araújo e do estudante Celso Lungaretti, feitas por um fotógrafo da Última Hora (...) e publicadas uma só vez, na capa do jornal, em 18 de novembro de 1970.
...no arquivo do jornal, no dia da publicação, a foto de Dilma recebeu a seguinte identificação no verso: '1 Auditoria do Exército (Julgamento dos terroristas Celso Lungaretti, Carlos Franklin Paixão de Araújo e Dilma Rousseff Linhares). Na foto a estudante terrorista Dilma Rousseff Linhares quando era sumariada'".
A foto da Dilma foi espalhadíssima na internet; a minha, que está acima, acabo de receber do companheiro Ricardo Amaral, autor do livro sobre a trajetória da presidente, A vida quer é coragem; e a do Max (Carlos Franklin Paixão de Araújo), aparentemente, só pode ser encontrada em tal livro.

Respondi a quatro processos, os da VPR e da VAR-Palmares, em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Isto porque ingressei na VPR em abril/1969, a organização se fundiu com o Colina no meio do ano (formando a VAR) e em outubro reconstituímos a VPR, depois de  racharmos  no Congresso de Teresópolis.

No fundo, os militares não fizeram direito a lição de casa, pois eu militei na VPR nos dois Estados, mas só militei na VAR em SP. Deveria ter ficado de fora do processo da VAR no RJ --exatamente aquele de que a notícia trata.

Eu só me lembrava da  Vanda  no Congresso do racha, quando nos colocamos em campos opostos. Mas, como vários jornalistas andaram me ligando para saber se eu tinha algo de interessante a relatar sobre a nova presidente --não tinha--, cheguei a pensar que provavelmente nos haveríamos reencontrado como réus de um ou dos dois processos da VAR. Agora isto está confirmado.

Apesar de já se terem passado mais de quatro décadas, fico meio perplexo por haver esquecido tão completamente muito do que rolou nas auditorias.

Talvez porque aquele jogo de cartas marcadas me entediasse mortalmente: graças às informações que reunira como comandante de Inteligência da VPR e da VAR, eu tinha absoluta certeza de que as sentenças eram previamente definidas pelo alto comando, a partir das avaliações da 2ª Seção do Exército, do Cenimar e do Cisa, só cabendo àqueles figurantes simularem que estavam nos julgando.

Foi mais um descalabro da ditadura, submeter civis à Justiça Militar, com oficiais da Arma respectiva e um juiz auditor fazendo as vezes de jurados isentos.

Se fosse para valer, que chance teríamos? Nenhuma, nossa condenação seria inevitável segundo as leis de exceção impostas pelos que haviam estuprado a liberdade.

E, não sendo para valer, eles eram obrigados a obedecer às ordens recebidas.

Era tudo tão patético que, certa vez, em pleno julgamento, o advogado de ofício começou a não falar coisa com coisa. Percebendo que ele estava bêbado, o juiz auditor o expulsou e designou outro, que foi obrigado a improvisar a defesa... em cerca de dez minutos! 

Suspenderam a sessão para o cafezinho e ele passou os olhos pelo processo. Na reabertura fez sua arenga,  apelando para generalidades e platitudes, já que não conseguira inteirar-se das especificidades do caso.

A lembrança mais nítida que conservo é a de Matos (Cláudio de Souza Ribeiro) com olhar perdido, parecendo nem reconhecer os antigos companheiros.

Ele vinha dos movimentos da marujada que antecederam o golpe e chegou até a ser comandante da VPR e da VAR. Mas, entrou em crise, afastou-se da militância e foi levar vida de civil numa aldeia de pescadores, montando casa com uma militante de base que desistiu da luta por ele.

Traído (sexualmente...) por ela e diante da perspectiva de ser abandonado, assassinou-a e foi entregar-se à polícia. Acabou no DOI-Codi, suplicando para que o matassem e ouvindo a resposta de que lá só morria quem eles queriam, não aqueles que queriam morrer. 

Vê-lo reduzido a trapo me chocou e consternou. Era o único de nós que estava algemado em plena auditoria, sentado com um agente de cada lado --temiam que ele realmente desse cabo da vida. Sua história (mais detalhes aqui) é dilacerante.

Por último: muitos internautas comentaram que, na foto da Dilma, os militares escondiam a cara por vergonha. Não, era por paúra mesmo. Temiam ser retaliados, como se não soubéssemos que seu papel era  decorativo.

Se havia contas a acertarmos, era com os torturadores, com seus mandantes, com os financiadores da repressão, etc. Não com esses atores de quinta categoria.

Simona Atzori - Pittura con piede

Samba de Orfeu - Luiz Bonfá

Caetano Veloso e Luciano Pavarotti - Manhã de Carnaval

Luiz Bonfá & Elizete Cardoso - Manhã de Carnaval

Luiz Bonfá & Elizete Cardoso - Manhã de Carnaval

Jessye Norman - Chausson - Le Colibri

Gabriel Fauré - Sicilienne, for cello & piano, Op. 78



Pavane - Gabriele Faure

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

CARTOLA - O SOL NASCERÁ

Villa-Lobos - Bachianas brasileiras #2 - O trenzinho do caipira (1956)

Waldir Azevedo - Pedacinhos do céu (1968)

Villa-Lobos - Descobrimento do Brasil (9) - Primeira missa no Brasil (1956)



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Heitor Villa-Lobos. Floresta do Amazonas. Maria Luisa Tamez / OSNM / E.A...

Bidú Sayão - "Veleiro" - Heitor Villa-Lobos

Corra e Olhe o Céu - Cartola

Wilson Batista - Lenço no pescoço

Noel Rosa x Wilson Batista

CONTROLE REMOTO E CAMPANHA DESLIGUE A TV - MARCELO ROQUE; Glória Kreinz divulga


Controle Remoto

Vá ler um livro
ou escrever um
Vá andar de bicicleta
ou dar milho aos pombos
Vá contar piada
ou defender Nietzsche
Vá ao zoológico
ou a Bielorrussia
Vá pescar, nadar,
transar, correr,
deitar, rolar,
cozinhar, comer,
pintar, bordar,
xingar ou cantar ... enfim
Faça qualquer coisa
mas desligue a tv
antes que ela desligue você

Marcelo Roque

......................................................




DESLIGUE A TV
ANTES QUE ELA DESLIGUE VOCÊ !

Esta é uma campanha contra o processo de massificação
da população pela Grande Mídia, cujo principal
instrumento utilizado para a anulação e alienação
do indivíduo, é a televisão

Marcelo Roque

É - Gonzaguinha!!! =D

Chico Buarque - Ana de Amsterdam

O CAPITALISMO NOS OBRIGA A FLERTAR COM A MORTE

Por Celso Lungaretti (*)
É de Norman O. Brown a tese de que o capitalismo, em sua fase terminal, tornou-se agente da destruição da humanidade.

A teorização dele em Vida contra morte (1959) é tão complexa que os resumos se tornam inevitavelmente reducionistas e empobrecedores. É melhor mesmo enfrentarmos a obra, uma das poucas que trazem reais subsídios à compreensão do nosso tempo... mesmo meio século depois!

O certo é que, indo além do óbvio ululante de que o capitalismo já esgotou sua função histórica e está prenhe de revolução, O. Brown dissecou com ferramentas freudianas, exaustivamente, as características que o vampiro assume em sua sobrevida artificial, concluindo que ele cataliza as energias destrutivas dos homens, voltando-as contra eles.

Fantasioso? Se pensarmos na destruição e no caos que estão à nossa espera nas próximas décadas, decorrentes das agressões insensatas ao meio ambiente, perceberemos que ele foi, isto sim, profético.

Vide, p. ex., esta notícia da Agência Brasil, assinada pela repórter Renata Giraldi, que aproveitou despachos da BBC e de outras agências internacionais:
"O mundo está 'perigosamente' despreparado para lidar com futuros desastres naturais, advertiu a agência de desenvolvimento internacional da Grã-Bretanha. A agência britânica informou que o despreparo é causado pela ausência de contribuição dos países ricos ao fundo de emergência mundial.

O fundo de emergência é uma iniciativa da Organização das Nações Unidas, criada como resposta a tsunamis, com o objetivo de auxiliar regiões afetadas por desastres naturais.

De acordo com informações de funcionários da ONU, o fundo emergencial sofre com um déficit equivalente a R$ 130,5 milhões para 2012.

A escassez do fundo, segundo especialistas, tem relação direta com a série de tragédias naturais que ocorreram ao longo de 2011, como o tsunami seguido por terremoto no Japão; a sequência de tremores de terra na Nova Zelândia, enchentes no Paquistão e nas Filipinas e fome no Chifre da África.

Ontem (26) peritos japoneses e estrangeiros concluíram que medidas de precaução adequadas poderiam ter evitado os acidentes radioativos, na Usina de Fukushima Daiichi, no Nordeste do Japão, em 11 de março deste ano...

...Segundo eles, houve falhas no que se refere às influências de terremotos e tsunamis na estrutura física da usina".
Resumo da opereta: o lucro é a prioridade máxima, dane-se a nossa sobrevivência! A mesma lógica   perversa se constata numa infinidade de outras ocorrências. O capitalismo nos obriga a flertar com a morte.

O pensador nascido no México, filho de um casal estadunidense, apostava na  ressurreição dos corpos, na liberação do erotismo para derrotarmos a repressão e a morte --um pouco na linha de Wilhelm Reich, só que com argumentação bem mais sofisticada.

Contudo, deve ser também considerada a tese de Herbert Marcuse sobre a  dessublimação repressiva  sob o capitalismo, ou seja, uma dessublimação meia-boca, que não extingue a repressão.

É como pode ser considerada a atual banalização do sexo como descarga física, sem real envolvimento amoroso.

Ou seja, o sexo casual, coisificado, em que os parceiros usam um ao outro para obterem seu prazer egoísta, sem doação, sem verdadeiramente se complementarem.

Este acaba reforçando a repressão, ao deslocá-la para o outro oposto: em lugar do amor com sexo travado de outrora, o sexo animalizado de hoje, dissociado do amor.

Já encontrei moças que, nuas e oferecidas, recusavam-se a ser beijadas na boca, como antes era atitude comum das prostitutas. Só faltava repetirem a frase que Hollywood costuma atribuir aos gangstêres: "Não é pessoal, são só negócios"...

Neste sentido, acredito em O. Brown: a plenitude amorosa --em que o amor físico e espiritual são uma e a mesma coisa, com a identidade dos parceiros se dissolvendo num conjunto maior, quando um mais um soma bem mais do que dois-- continua incompatível com o capitalismo.

Transgride-o e o transcende, empurrando os domesticados seres humanos para uma convivência amorosa/harmoniosa com o(a) outro(a) --e, por extensão do mesmo clima, com todos os demais  e com a natureza.

Impelindo-os, enfim, à aventura da libertação.

domingo, 25 de dezembro de 2011

MARCHA XINGU VIVO >>>Crowdfunding - Inicio - Lanzanos

Crowdfunding - Inicio - Lanzanos

http://www.lanzanos.com/caja/proyecto/2121/

11 votos
necesita 16500 €
30 días de duración

Descripción

El movimiento MARCHA XINGU VIVO, es un grupo de personas profesionales de las mas distintas áreas que está haciendo una movilización social para proteger la Amazonia y el Rio Xingu que está ubicado cerca de la ciudad de Altamira en la Amazonia en Brasil.
Hay peregrinos saliendo de distintas partes del Brasil y de otros sitios en el mundo para seguir hasta Altamira.
Necesitamos de financiación la recepción y ejecución de esta importante movilización nacional en su paso por Curitiba, así como para el costeo de la marcha hasta Altamira.

Objetivos de la acción: recepción y realización de una movilización nacional de fines culturales, sociales y ambientales para la sensibilización de la población sobre la importancia de la preservación del medio ambiente, el respeto de los derechos humanos y reconocimiento cultural local.

Nuestro objetivo es apoyar a grupos de poblaciones tradicionales, manifestar la necesidad de preservación da la Amazonia.
Tenemos como propósitos específicos:
-Permanente preservación de la cuenca del Río Xingu;
-Permanente preservación de la cuenca del Río Amazonas;
-Permanente preservación de la Selva Amazónica;
-Protección y paz a los pueblos tradicionales que habitan las tierras brasileñas;
-Democracia directa para todas las decisiones de Gobierno;
-Poderes horizontales a todos los brasileños y brasileñas.


Número estimado de participantes: de 100 a 1000 personas por día.
Fecha: 09/01/2012 al 12/01/2012
Ubicación de la acción: Plaza Santos Andrade en el centro de la ciudad de Curitiba.

Para estas actividades será utilizado físicamente el espacio de la plaza para:
• Montaje de tiendas de acampar en áreas dentro de la plaza.
• Se harán ruedas de debate y asambleas.
• Producción y exposición de carteles sobre temas.
• Montaje de un pequeño escenario para la difusión cultural, esta difusión se hará a través de actuaciones musicales, teatro, talleres, danza y circo.

La Ruta en el Territorio Brasileño es la siguiente:
RUTA 1. FLORIANÓPOLIS - ALTAMIRA
Salida:Florianópolis, Estado de Santa Catarina, Región Sur de Brasil.
Llegada: Altamira, Estado del Pará, Región Norte de Brasil.
Tiempo de concentração antes de la partida:
Del 15 de deciembre de 2011 al 1 de enero de 2012.
Total de 17 días de concentración.
Tempo de duración de la movilización:
Salida: 1 de enero de 2012
Llegada: 25 de febrero de 2012
Total de dias: 56 dias de movilización. 40 días en marcha a pié y 15 dias en movilización en buses y campamentos estratégicos.
Tiempo total de mobilização en eventos geograficamente situados: 53 días.
Partiremos de Florianópolis el día 01 de enero, cuando nos movilizaremos para a la via, donde pasaremos nuestra primera noche. Al amanecer del día 02 de enero de 2012 iniciaremos la MARCHA XINGU VIVO.

milton nascimento - travessia

Morte e Vida Severina em Desenho Animado

* postagem reprisada em : http://sarauxyz.blogspot.com.br/2015/11/reprise-morte-e-vida-severina-em.html

sábado, 24 de dezembro de 2011

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

MARCELO ROQUE- Glória Kreinz divulga


Transcendente

A poesia deve transcender o poeta,
causando-lhe estranheza
De modo a proporcionar, a ele próprio,
inúmeras interpretações

Marcelo Roque

.....................................................

Bumerangue

Toda palavra proferida,
de uma forma ou de outra,
nos retornará

Marcelo Roque

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Morte

Se for para me definir
melhor me matar

Marcelo Roque

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Virtude

Tenho todos os defeitos
e virtudes do mundo
O que faço com eles
é que faz toda a diferença

Marcelo Roque

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

CASO BATTISTI: ETERNA VIGILâNCIA




Caso Battisti:
Eterna Vigilância
Carlos A. Lungarzo
Os países da América Latina foram colonizados por culturas racistas e supersticiosas, e povoados por ondas de imigrantes europeus, cuja maioria tentava agradar às oligarquias locais, e sentia-se representada pelos novos movimentos de direita que apareciam em seus países. Por exemplo, o Integralismo brasileiro é nada mais que uma versão medíocre e subdesenvolvida do fascismo de Mussolini.
As esquerdas do continente surgiram também dos imigrantes, mas, neste caso, eram minorias esclarecidas que provinham de regiões mais avançadas, onde a luta de classes já era um fenômeno conhecido desde a Revolução Industrial. Estes eram anarquistas, comunistas, socialistas e marxistas independentes, que vinham de enclaves judeus, russos, alemães, ou então da parte mais iluminista do Portugal, da Espanha e da Itália, como a Catalunha, a Lombardia, o Triângulo Vermelho do Norte da Itália, etc.
Por esse motivo, em quase nenhum país da América Latina (salvo a pequena Costa Rica, após 1947, e o Uruguai, até 1973), existiu respeito sistemático pelos direitos humanos. É verdade que no Brasil temos pelo menos a teoria, no artigo 5º da Constituição Federal, mas (como todo mundo diz), entre o Brasil real e o Brasil legal há um abismo gigantesco.
Nos países com tradição burguesa liberal, como a GB, a Holanda, os Escandinavos, parte da Suíça, o Canadá e alguns estados mais seculares dos EEUU, um estrangeiro pode ocupar cargos públicos, opinar sobre política, se filiar a partidos políticos e fazer propaganda política.
Em meus remotos tempos de estudante, nós, que tínhamos apenas visto de estudante, mas não éramos sequer imigrantes, não sofremos perseguição mesmo na época de Reagan. Eu e meus amigos participamos em atos contra a política americana na Nicarágua, na Guatemala, Honduras, e nunca fomos ameaçados com expulsão, desde que não fosse usada violência.
Na Europa não católica, a tolerância é ainda maior. Um colega de militância que se refugiou na Europa, foi imediatamente aceito pela Suécia, que lhe deu inicialmente um visto de 3 anos. (Pouco depois virou cidadão sueco). Mas mesmo com esse visto (muito menos forte que a residência permanente que tem Battisti e tenho eu no Brasil), meu amigo Jorge foi aceito no Partido Socialista, que o propôs para candidato a prefeito da pequena cidade de Arvidsjaur, mesmo sem falar corretamente o sueco. Não ganhou essa eleição, mas seu programa interessou os eleitores que o escolheram pouco depois para vereador.
No Brasil, como em qualquer outro país do Cone Sul, os estrangeiros não têm nem um décimo desses direitos. A lei de estrangeiros de 1980, ultradraconiana, aprovada durante a ditadura de Figueiredo, estava destinada especialmente a prejudicar os refugiados, e foi aprovada com urgência, porque o governo queria honrar as ditaduras do Chile e da Argentina. Ela nunca foi substituída apesar das promessas de humanizar a vida dos exilados.
No Brasil, na vida prática, um estrangeiro têm mais direitos que a maioria dos nacionais, pois essa maioria é pobre. Mas, os estrangeiros que gozam destes benefícios são os que as elites protegem e, obviamente, os que têm dinheiro.

Um Exemplo Próprio

Durante meu primeiro período como professor da UNICAMP, a ditadura não se empenhou em deportar-me para a Argentina, o que, naquele momento, teria sido a morte para toda minha família. A burguesia paulista não gostaria deportar um cientista, branco, membro de um centro de (imaginada) “excelência”.
Na época, havia na UNICAMP dois professores argentinos e um chileno, que eram figuras políticas importantes em seus países, dos quais um tinha sido ministro. Os três estavam no Brasil estreitando “relações culturais” entre a ditadura de Geisel e seus equivalentes da Argentina e do Chile.
Na Argentina, eu não estava entre as pessoas mais procuradas. Apenas me pegariam se isso fosse muito fácil, pois a única acusação era ser membro de organizações de direitos humanos.
Por causa dessa relativa tranquilidade, em abril de 1978, dei uma entrevista à revista da Sociedade Americana para o Avanço da Ciência, que era publicada em inglês e não era lida fora do círculo de cientistas. Minha entrevista foi discreta e minha relação postal com o editor era um assunto puramente pessoal que nada tinha a ver com a política interna brasileira.
Nela, eu denunciava os crimes da ditadura Chilena e, sobretudo, da Argentina, e pedia a cooperação internacional para ajudar as forças democráticas. A entrevista não foi, acredito, do conhecimento do Ministério da Justiça da ditadura, mas sim foi conhecida pela própria UNICAMP, cujo vice-reitor grampeava minha correspondência. (Na época não tinha Internet)
Este avisou ao espião chileno que avisou a um dos espiões argentinos, e ambos colaboraram com meu chefe para me demitir. Meu chefe (acredito que com bastante alegria) me disse que não podia proteger uma pessoa que difamava governos amigos, e me confessou que tinha enviado uma carta ao editor do magazine que tentou fazer minha entrevista a distância, dizendo que minhas denuncias eram exageradas.
Fui expulso do Centro de Lógica e História da Ciência, contando apenas com o apoio de dois colegas. Os restantes deram de ombros. Tivemos sorte de sermos admitidos pelo México, onde ficamos até a vinda da democracia no Brasil.
Dou este exemplo para que os amigos de esquerda que leem esta nota entendam até que ponto é frágil a vida de um refugiado.

A Situação de Battisti

Numerosos estrangeiros opinam de política partidária, e eu também o faria se tivesse algo para dizer. Mas, nem eu nem muitos outros imigrantes, teríamos, hoje em dia, perigo em nossos países de origem.
Não acontece isso com Battisti. Se ele for expulso a qualquer local do mundo, não poderia viajar mais ou menos tranquilo, como eu fiz. Vou relatar uma parte importante dessa viagem.
Quando estava com minha família em Congonhas esperando a decolagem, do avião da Varig que nos levaria a México, entraram, quase na hora de fechar as portas, cinco homens e três mulheres muito elegantes e silenciosos, que tinham poltronas perto das nossas, formando um círculo do qual nos estávamos no centro.
Eles seguiram no voo até a escala em Miami. Tinham umas malas que pareciam estojos de violinos, mas aposto a que não eram! Deviam ser instrumentos de uma nota só.
Eles nos olhavam discretamente, mas jamais nos incomodaram. Apenas um deles se levantou e me seguiu a boa distância quando fui ao banheiro. Na conexão em Miami, eles desapareceram e o voo Miami-México, pela linha Aeroméxico, foi tranquilo.
Os policiais não iriam sequestrar uma família apenas por causa de que um de seus membros fosse um era ativista de direitos humanos, mesmo que esse tipo de atividade produzisse repulsa a policiais e militares. Aliás, a Argentina nunca tinha pedido minha extradição, pois na fila de espera para ser assassinados pela ditadura devia haver, antes de mi, pelos menos 200.000, e os militares argentinos apenas tinham atingido os 30.000.
Peço agora que Imaginem o caso de Cesare Battisti.
Suponhamos que ele fosse deportado a um terceiro país, como propôs um triste provocador há alguns meses. Nesse caso, o ciclo de saída do país deveria ser parecido ao que foi o nosso, e talvez 8 ou mais policiais fossem destacados com a finalidade de vigiá-lo. Mas, um voo a um pais não fronteiriço (por exemplo, México) tem sobrados pretextos para fazer uma parada técnica, onde os policiais oficiais poderia ser substituídos por mercenários italianos.
Foi assim como se fez, não apenas na desolada Nicarágua, com um refugiado italiano, mas nas cultas e civilizadas Suíça e França com outros dois. Algumas pessoas acham estas coisas impossíveis, mas a ditadura argentina sequestrou em aviões pelos menos 37 pessoas que nunca reapareceram. Mas, não precisamos ir longe. Os EEUU sequestram hoje militantes islâmicos em países europeus e os transportam em aviões até centros de tortura.
Battisti tem no Brasil o apoio de corajosos apoiadores entre os parlamentares, os advogados, alguns membros do governo, os movimentos sociais, as ONGs de Direitos Humanos e algumas dúzias de amigos que o monitoram continuamente. Mas, quem pode proteger alguém que está nas mãos de 10 mercenários armados no meio da impenetrável selva da América Central?
Ou, porque será que o grotesco provocador sugeriu que Battisti fosse enviado ao México?
Muitos pensarão: “estamos em democracia”. Mas lembrem uma frase do ditador d’Aubisson que foi derrubado por uma revolta democrática em El Salvador:
A democracia passa, mas a polícia e os militares ficam.
É natural que alguém brilhante como Battisti, que passou 4 anos preso no Brasil sem qualquer motivo, sinta uma enorme necessidade de liberdade. Seria anormal que uma pessoa sensível fosse indiferente aos convites dos movimentos sociais, que, com sua preciosa militância, fizeram possível criar um clima de pressão para que ele fosse solto.
Mas, a situação é ainda instável e, como diz o ditado, “a corrente se corta pelo elo mais fraco”.
Sei que Battisti poderá sentir-se desconfortável por este aparente “paternalismo” da minha parte, mas, como dizia o grande Miguel de Unamuno, “há momentos em que calar é mentir”.
Não devemos subestimar o poder dos linchadores.
Battisti foi julgado no Brasil na pior farsa jurídica conhecida e, a pesar de ter tido final feliz, a tortuosidade de todo o processo esteve mais cheia de mentiras e ilegalidades que a de Dreyfus, Joe Hill e Sacco e Vanzetti. Apenas a de Olga Benário e a de Jimmy Wilson em 1958 em Alabama, são comparáveis.
 O voto do relator contra ele contém mais de 20 falsidades e uma clara contradição. Os dados mais básicos publicados pelos jornais eram falsos. Até mentiam ao dizer qual era o grupo armado ao qual Battisti pertenceu na Itália há 34 anos.
A nossa foi, e continua sendo, uma luta contra fascistas, covardes, mercenários e personagens do Código da Vinci.
Mas, não por lutar contra canalhas devemos desprezar o poder do inimigo. Que as hordas de linchadores estejam privadas de um mínimo de inteligência, honestidade e coragem, não impede que tenham força, dinheiro e recursos legais. Como conhecedores do marxismo, todos nós sabemos que a lei se faz em benefício dos ricos, e é aplicada por aqueles que os servem.
Algumas vezes, por erro ou acaso (ou, por pressão popular, como no caso Battisti), a lei se aplica com justiça, mas isso é raro, e os movimentos sindicais, sociais, políticos e culturais que apoiaram Cesare podem sentir-se contentos de ter tido um sucesso proporcional a seus generosos esforços.
Desde que Battisti foi liberado, houve várias provocações contra ele: a farsa da Haia, a bufonada do MPF/DF, a sabotagem contra o acórdão, e algumas outras. É verdade que os provocadores estão cansados e seus intoxicados neurônios têm dificuldade para inventar novos truques. Mas, eles podem aproveitar qualquer circunstância que pareça favorável.
Lembremos que já é preocupante ter que permanecer em alerta permanente (como de fatos estamos) para evitar que aconteça qualquer autoatentado da direita para influencia a população contra o escritor. Isto é uma prática que gangues conservadoras, fascistas e monarquistas, aplicaram desde o começo da modernidade, e na qual a operação Gladio foi mestra.
Não sugiro que uma pessoa talentosa e criativa deva viver na humilhação do silêncio. Battisti tem muito para dizer, muita função educadora para fazer, como fez durante 10 anos no México e durante 14 anos na França.
A obra que Battisti pode fazer como escritor de assuntos sociais é muito maior que a contribuição que pode fazer dando entrevistas para movimentos partidários.
Pode-se ajudar à sociedade sem necessidade de participar de discussões sobre a política nacional. Há muitos militantes valiosos no Brasil, e não é necessário que um estrangeiro se some a eles com risco de sua vida.
Todavia, os intelectuais lúcidos e envolventes, que podem abrir os olhos da humanidade, são imprescindíveis, e uma figura da grandeza de Battisti não aparece a cada 20 anos num mesmo país.
Lembremos que quando foi publicado o livro Cargamento Sentimental, na França, o resenhista de uma pacata porém prestigiosíssima revista francesa de literatura se emocionou e disse:
Salve, Cesare, os que te leram, te saúdam
Deixemos que Battisti agradeça a todos os movimentos de esquerda com o melhor que ele tem: paixão, talento, imaginação e experiência cultural.
Sua tarefa deve ser continuar sua missão educadora, que lhe valeu a admiração de vários prêmios Nobel, de intelectuais brilhantes, de celebridades importantes, de artistas famosos, e de grandes estrelas, como Jeanne Moreau.
Sua ausência num ato político não será tão grave como poder ser uma morte lenta e horrível nas prisões italianas.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

REFLEXÕES SOBRE A MORTE DE UM TIRANO

Por Celso Lungaretti

Nas pegadas de Stálin: assim se cultuava a
personalidade do ditador que já foi tarde.
Pelos motivos que vou expor adiante, nunca me interessou particularmente o que acontecia na Coréia do Norte. A idade me ensinou a manter distância daquilo que só me deprimirá. 

Mas, para os interessados, recomendo a ótima análise de Elio Gaspari em sua coluna Já foi tarde acesse na íntegra aqui   http://www1.folha.uol.com.br/colunas/eliogaspari/1024251-ja-foi-tarde.shtml da qual destaco estes parágrafos estarrecedores:
"Em 1945, a península coreana foi dividida entre duas ditaduras. A do Norte, comunista e rica. A do Sul, capitalista e pobre. Nos anos 60, quando se falava em  milagre coreano, o tema era a supremacia socialista. Em 1970, todos os vilarejos do país tinham eletricidade. 

Passou-se uma geração, o Sul tem uma democracia e o Norte tem uma tirania enlouquecida, que mais se parece com a  Spectre  do romance de Ian Fleming do que com um Estado. Em apenas quatro anos, entre 1991 e 1995, a renda per capita da população caiu de US$ 2.460 para US$ 719. O regime vive do socorro cúmplice da China.

Falta eletricidade, mas as 34 mil estátuas do  Pai da  Pátria Socialista  são iluminadas mesmo de dia.

A professora Mi-Ran conta que via alunos de cinco ou seis anos morrerem de fome nas salas de aula. Sua turma de jardim de infância de 50 alunos caiu para 15.
De Hitler a Kim Jong-il, os grandes ditadores
sempre tiveram paradas militares como fetiche
 Nas casas desse paraíso, uma parede da sala deve ser reservada para o retrato do  Líder, que é distribuído com um pano. Fiscais zelam para que nenhuma família deixe de limpá-lo.
A fome dos anos 90 matou entre 600 mil e 2 milhões de coreanos do norte. Em algumas cidades morreram dois em cada dez habitantes. Um médico conta que ensinou mães a ferver demoradamente a sopa de capim. A certa altura, as famílias preferiam que as crianças morressem de fome em casa, porque nos hospitais, onde não havia remédio, faltava também comida".
O PODER MANTIDO A FERRO E FOGO,
SOBRE MONTANHAS DE CADÁVERES

 Um conceito do marxismo clássico que até hoje considero axiomático é do que o destino do mundo se decide nos países com economia avançada, não nos periféricos.

Era nesses que Marx queria iniciar a construção do socialismo, convicto de que arrastariam os demais na sua esteira.

Mas, quando foi o reformismo e não a revolução que neles prevaleceu após a revolução soviética de 1917, os apressadinhos correram a trocar o foco, passando a tentar mudar o mundo a partir das nações menos pujantes --o que só gerou decepções e fez brotarem tiranias como cogumelos.

As potências centrais acabam sempre por anular tais arroubos, seja forçando trocas de regime, seja asfixiando tais nações mediante embargos econômicos como o imposto a Cuba.

Muitos, por estarem sendo forçados a socializar a penúria e não a abundância, acabaram descambando para os piores despotismos, como o Camboja do Pol Pot. A palavra de ordem de tais  nomenklaturas  é a manutenção do poder a ferro e fogo, sobre montanhas de cadáveres.

Barricadas parisienses, 1968: os comunistas
franceses preferiram salvar Charles De Gaulle.
E os esquerdistas que, desde Stalin, traem a proposta libertária do marxismo e se põem a defender brutais tiranos, tornam execrável a imagem da revolução aos olhos dos explorados das nações prósperas, aqueles que precisaríamos reconquistar para voltarmos a oferecer uma perspectiva revolucionária global, como havia um século atrás.

A mesmerizante indústria cultural burguesa martela dia e noite na cabeça dos   videotas  que a alternativa ao capitalismo é miséria e chicote.

Os movimentos de contestação de 1968 e anos seguintes foram os últimos que abriram uma possibilidade real de revolução nos países prósperos. Nunca saberemos o que aconteceria se o Partido Comunista Francês tivesse se colocado no lado certo das barricadas, junto aos estudantes e operários jovens que se rebelaram, e não esfaqueando-os pelas costas.

Resta, para nós, a titânica tarefa de recolocarmos a revolução aos trilhos, reentronizando sua componente libertária, sem a qual ela jamais voltará a ser atrativa para os melhores seres humanos --mormente na era da internet! 

É impensável, para cidadãos tão ciosos da sua liberdade pessoal como os de hoje, a perspectiva de desperdiçarem esforços na construção de regimes que lhes imporão camisas de força. Tanto quanto em 1968, temos, isto sim, de encarnar a esperança do  paraíso agora!

E as terríveis frustrações com o stalinismo (degeneração burocrática da revolução que culminou na volta ao capitalismo e à democracia burguesa) e com o maoísmo (de cuja derrocada resultou o pior dos mundos possíveis, um capitalismo de estado altamente despótico) servem como sonoro alerta de que a nova revolução terá, obrigatoriamente, de ser global, tanto quanto o capitalismo hoje é global.

O chamado  socialismo real  implantado em países isolados, nem serviu como estopim para a revolução mundial, nem se manteve... socialista. Na verdade, tornou-se uma caricatura odiosa do socialismo, que melhor serviu à burguesia como espantalho do que para nós como cartão de visita.

É hora de reassumirmos a revolução mundial --e, eminentemente, libertária-- como meta suprema.

*postagem atualizada em 22 09 2014 por  Nadia Gal Stabile

DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS - MARCELO ROQUE; G lória Kreinz divulga

LEIA MAIS EM "PODER, POLÊMICA E POESIA", LIVRO DE MARCELO ROQUE E GLÓRIA KREINZ, 2011



CONTATO-www.abradic.com

Dois Pesos e Duas Medidas

Com a morte do lider norte coreano, Kim Jong -Il, novamente
a imprensa do ocidente, aproveitando -se da ocasião, não
poupou críticas ao seu regime, citando todos aqueles velhos
assuntos que todos estamos cansados de saber, do programa
atômico do país, até a censura que é imposta ao seu povo
Pois bem, este é o ponto em questão, a censura. Afinal, a
Grande Mídia ocidental bate sempre muito forte nesta questão,
afirmando que países como a Coréia do Norte, China, Cuba, Irã,
Venezuela, por exemplo, filtram a informação que chega a população,
de modo a censurar tudo aquilo que for prejudicial a imagem de seus
governos
Ora, mas não é justamente isto que a Grande Mídia daqui faz ?
Sabemos muito bem que assuntos mais agudos, envolvendo interesses
políticos e economicos das potências ocidentais, são maquiados,
ocultados ou distorcidos
Não são citados, por exemplo, quais exatamente eram os negócios
que países como França e Itália mantinham com a Líbia de Gadaffi,
e como ultimamente a França vinha se sentindo prejudicada nesta
relação. Ou então, diante de uma crise financeira mundial, por que
a imprensa se nega a dar nomes aos "bois", omitindo o fato que, se
em países europeus, a população vem sendo duramente castigada
com aumento de impostos, desemprego e arrocho salarial, a culpa
é, unicamente, dos bancos, através da agiotagem e especulação
financeira, dentre outras práticas criminosas(tudo, é claro, com
a conivência dos governos)
Enfim, citei estes dois exemplos apenas para ilustrar meu texto, pois,
casos assim é que não faltam
Bem, todos nós sabemos que para que possamos tirar nossas conclusões sobre qualquer tema, é fundamental conhecermos os dois lados da história, mas sobre o contexto em que vivemos, esta não é uma tarefa nada fácil

Marcelo Roque

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

USP EM GREVE: Estudantes da USP protestam contra expulsão de alu...

USP EM GREVE: Estudantes da USP protestam contra expulsão de alu...: Alunos da USP fazem na tarde desta segunda-feira um ato em frente a reitoria da universidade contra a expulsão de seis estudantes da univ...

Depoimento de estudante expulsa da USP 17/12/2011

LEIA SOBRE A EXPULSÃO DE SEIS ALUNOS DA USP >>>http://uspemgreve.blogspot.com/

Hidroeléctricas en la amazonía ¿energía limpia?

O Poeta Cuti responde ao Poeta Ferreira Gullar sobre “a inexistencia de uma Literatura Negra” « PPABerlin – Imprensa Multimidia – Pindorama Press Agentur Berlin. Press Service: NIJINSKI ARTS INTERNACIONAL e.V.

O Poeta Cuti responde ao Poeta Ferreira Gullar sobre “a inexistencia de uma Literatura Negra” « PPABerlin – Imprensa Multimidia – Pindorama Press Agentur Berlin. Press Service: NIJINSKI ARTS INTERNACIONAL e.V.

ISLANDIA TRIPLICARA SU CRECIMIENTO EN 2012 TRAS ENCARCELAR A POLITICOS Y BANQUEROS | DESPERTARES – La revolución pacífica

ISLANDIA TRIPLICARA SU CRECIMIENTO EN 2012 TRAS ENCARCELAR A POLITICOS Y BANQUEROS | DESPERTARES – La revolución pacífica

RODAS DA USP: SEIS CABEÇAS CORTADAS

Por Celso Lungaretti

A  escalada autoritária que José Serra desencadeou e Geraldo Alckmin desembestou está levando a Universidade de São Paulo de volta aos tempos nefandos do decreto 477 --a  licença para expulsar  concedida pela ditadura militar aos 007 que se passavam por educadores, quando o coronel Jarbas Passarinho fingia ser ministro da Educação.

Nenhum cidadão verdadeiramente de esquerda pode omitir-se diante das seis cabeças cortadas na USP. Até porque mais e piores provocações virão se cruzarmos os braços.

Caça às bruxas é tudo o que se poderia esperar de um reitor tido e havido como integrante da arquirreacionária Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade.

Trata-se de um direitista tão extremado que, quando participou da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, tudo fez para que não fosse reconhecida a responsabilidade do Estado brasileiro nos mais ignóbeis assassinatos perpetrados pela repressão ditatorial, como os de Stuart Angel e Edson Luiz Lima Souto..

Todo apoio ao movimento estudantil, em sua luta para esmagar o ovo da serpente que está sendo incubado na USP!

Por último: é muito mais importante, necessário e urgente combatermos as fascistagens tucanas no presente do que escarafuncharmos as privatarias tucanas do passado.

Pois, no primeiro caso, há injustiças concretas a evitarmos e êxitos reais a obtermos.

Já no segundo, o máximo a que podemos aspirar é uma vitória moral, pois, mesmo que cabalmente provadas as culpas, os expedientes de sempre serão acionados para que tudo termine em pizza.

DEMOCRACIA, A FARSA - MARCELO ROQUE; Glória Kreinz divulga


Democracia, a farsa

A democracia no Brasil é uma mentira !
A ditadura, "oficialmente", saiu de cena , mas tiveram o cuidado
de entregarem às mãos de seus aliados, postos estratégicos
que asseguram a manutenção de tal regime
Hoje, seus tentáculos, vão do Judiciário ao Congresso, passando,
principalmente, pela Imprensa - este, o mais estratégico dos postos
Grande Imprensa esta que é gerenciada por um seleto grupo de famílias,
e que têm como finalidade, não a divulgação, mas sim, o controle sobre
a informação; omitindo-as, distorcendo-as, e direcionando-as, de modo
a favorecer os grupos aos quais ela pertence
Não por acaso todos os movimentos genuinamente populares, são
perseguidos e marginalizados por ela

Abaixo Marinhos, Civitas, Frias, Saads, Mesquitas e outros "ditadores"
de nossa Imprensa !

Marcelo Roque

sábado, 17 de dezembro de 2011

FOME DE QUÊ? MARCELO ROQUE; Glória Kreinz divulga

"Numa sociedade de consumo, o importante não é o que
se consome, mas o ato de consumir"


Fome de quê ?

O lançamento do novo iPhone no Brasil, assim como já havia
acontecido lá fora, ocorreu com enorme sucesso.
Tanto que, me lembrou, e muito, a imagem daqueles milhares
de refugiados dos regimes ditatoriais africanos, onde, famintos,
"atacam" os comboios que lhes levam alimento


Marcelo Roque

Marcha Nacional Pelas Florestas, neste sábado dia 17 de dezembro. Venham Todos! - Portal Luis Nassif

Marcha Nacional Pelas Florestas, neste sábado dia 17 de dezembro. Venham Todos! - Portal Luis Nassif

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O SILÊNCIO DOS INOCENTES - MARCELO ROQUE,Glória Kreinz divulga

MOVIMENTO OcupaVerso

O Silencio dos "Inocentes"

Denúncias de corrupção, evasão de divisas, tráfico de influência,
dentre outros crimes, onde os principais acusados são alguns dos
mais influentes PSDEBISTAS - e tudo relatado no livro do jornalista
Amaury Ribeiro Jr - Privataria Tucana - uma obra que traz um grande
número de documentos que, segundo o autor, são oficiais,e comprovam
a prática de tais crimes
Este livro nem bem chegou as livrarias e já esta esgotado, graças a grande
repercussão que conseguiu por meio da internet, sendo um dos assuntos
mais comentados em muitas redes sociais
Pois bem, enquanto isto, a Grande Mídia continua ignorando-o completamente,
fazendo seu jogo parcial de sempre,afinal, todos sabemos da intrínseca relação
existente entre estas empresas de comunicação com o partido em questão e
seus membros
E ao mesmo tempo, continuam divulgando toda e qualquer denúncia contra
integrantes do atual governo. Divulgando-as amplamente, mesmo quando não
são originarias de fontes tidas como confiáveis

Diante deste fato lamentável, eu, cidadão brasileiro, só posso demonstrar toda a minha
indignação perante mais uma explícita demonstração do quanto a Grande Mídia trabalha
contra os interesses de nossa sociedade, ocultando ou distorcendo informações, visando
proteger determinados grupos políticos e econômicos, do qual, ela faz parte

A democracia só existe, de fato, quando se tem uma imprensa democrática

Abaixo a PIG !

Marcelo Roque

INDÚSTRIA DO ALUMÍNIO - A FLORESTA VIRADA EM PÓ

INDÚSTRIA DO ALUMÍNIO - A FLORESTA VIRADA EM PÓ

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

MAIS UM PASSO RUMO À PALESTINA LIVRE E SOBERANA

Por Celso Lungaretti

Desde hoje (3ª feira, 13), a bandeira palestina tremula na sede parisiense da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. A Unesco é a primeira agência da ONU que reconheceu esse território como membro de pleno direito.

O ato solene contou com a presença da diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, e do presidente palestino, Mahmoud Abbas, que destacou tratar-se do "primeiro reconhecimento para a Palestina", daí ter sido para ele tão "emocionante ver nossa bandeira hasteada hoje numa sede da ONU".

No final de outubro, quando a admissão da Palestina foi decidida, os EUA imediatamente retaliaram, o que me fez lembrar a puerilidade de comportamentos das turminhas de rua da minha meninice: 
"Por discordarem da admissão da Palestina como membro pleno, os EUA levarão a bola pra casa (no caso, os fundos de US$ 60 milhões que lhe destinavam), privando-a de 22% do seu orçamento bianual.
A entrada dos palestinos foi decidida por 107 votos a favor, 14 contra e 52 abstenções.

Ou seja, democraticamente, 62% dos países-membros aprovaram.

E, antidemocraticamente, uma das nações discordantes teve reação característica de mariquinha pirracento".
De resto, o estado de Israel parece determinado a impor aos outros exatamente o que seu povo sofreu: não só nega aos  palestinos errantes  o direito a uma pátria livre e soberana, como criou na faixa de Gaza uma versão atualizada do Gueto de Varsóvia.

A ponto de a música comemorativa do estabelecimento dos judeus na sua terra prometida, "Êxodus", agora cair como uma luva para suas vítimas, os palestinos:
"Eu vou pisar o chão que Deus me deu,
a terra que em sonhos vi.
O sol do amanhecer
mostrou-me o vale em flor,
que é todo meu, assim Deus prometeu.

Vem, meu amor, a terra conquistar,
aqui os nossos vão crescer.
Bem junto a ti eu sou
um homem e nada mais,
mas, se Deus quiser, um forte hei de ser.

Aqui farei meu lar.
Se Deus quiser que eu morra, eu morro sem chorar,
pois, afinal, vou ter meu lar".

OUTROS TEXTOS RECENTES (CLIQUE P/ ABRIR):
INTOLERÂNCIA
O SAGRADO DIREITO AO CANIBALISMO
CIDADE DE BANCO NUNCA SERÁ CIDADE DE DEUS
DILMA CHOROU

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

SAUDADES DA FEBEM




Saudades da Febem
Carlos A. Lungarzo
AIUSA 9152711
Sete instituições de Direitos Humanos que assinam a Nota Pública reproduzida neste post repudiam a transferência ilegal de adolescentes a penitenciaria de Espírito Santo.
Este é mais um dos milhares de casos de crueldade, barbárie prisional e sadismo descontrolado, com que as elites brasileiras executam, de maneira permanente, seus planos de faxina social, tentando destruir psicológica e fisicamente os jovens que, acossados pela brutalidade do sistema social, são empurrados à infrações contra o sistema.
Estes fatos se repetem porque, mesmo as pessoas bem intencionadas, parecem sentir medo de denunciar estes genocídios aos organismos internacionais, e de pressionar para que o clube de algozes que produzem estes fatos rocambolescos sejam punidos.
O mais odioso desse sistema foi o da FEBEM de São Paulo, considerado o mais truculento centro de torturas e genocídio induzido de Ocidente, inclusive em comparação com lugares terríveis com as prisões para jovens de Guatemala e Colômbia.
Em meados de julho de 2000, a Anistia Internacional divulgou em Londres um documento sobre a FEBEM (Fundação do Bem Estar do Menor), uma masmorra de São Paulo para menores marginalizados, que se tornou marca internacional de sadismo carcerário. Nela são empilhadas crianças e adolescentes que cometeram infrações triviais ou moravam nas ruas. As condições de vida são tão atrozes, que nem o medo a represálias e tor­tura consegue inibir as rebeliões frequentes.
Isso foi o que aconteceu em julho de 2000, quando uma revolta de internos foi afogada em sangue, e matou quatro cativos. O fato mereceu lamúrias do governa­dor, mas, apesar das fotogra­fias e testemunhos vivos, não foi permitida nenhuma investigação indepen­dente, e a repressão continuou crescendo. ONGs de direitos humanos já tinham denunciado que umas 100 crian­ças por mês eram objeto de tortura pelos guardas e “educado­res”. A violência foi considerada pior que a praticada pela ditadura do período 1964-1985. Cinco ONGs de direitos humanos foram obrigadas a apresentar solicitações de visita muito antecipadas, para dificultar a visão de atos ou rastos de sevícia. Todas as queixas dirigidas ao TJSP para que ordenasse investiga­ções foram rejeitadas.
Após o assassinato dos quatro jovens, a Anistia Internacional publi­cou em Londres uma documentada denúncia no dia 12 de julho de 2000, dentro de seu estilo cauteloso e moderado, que, por exemplo, se referia à evidente cumplicidade entre juízes e torturadores, com o gentil termo de “semicumplicidade”. Na noite seguinte, o presi­dente do TJSP, Márcio Martins Bonilha, lançou um comunicado onde injuriava a organização com desespero, a acusando até de violar as leis sobre a “prote­ção da imagem do menor”, ao reproduzir fotos de crianças espanca­das. Ele não disse, mas a causa desta indignação era clara: os meninos tinham o direito de serem torturados na intimidade de sua mas­morra, sem estar obrigados a posar para fotografias.
Apesar de seu tamanho, vale a pena re­produzir a declaração do TJSP contra Anistia Internacional[i]. Todos os grifos são meus.
A propósito de manifestação da Anistia Internacional [...]
É inaceitável que entidade internacional, sabidamente marcada por inclina­ção ideológica, possa interferir em matéria de soberania nacio­nal, imiscuindo-se em tema relativo à prestação jurisdicional, neste Es­tado [...]
É inconcebível essa crítica suspeita e infundada, em relação ao Judiciá­rio, confundindo-se ação governamental própria com atuação inde­pendente da Justiça. [...]
Admite-se a crítica construtiva, no plano elevado [sic!] das idéias, sob o prisma jurídico ou dos conceitos abstratos, mas, jamais, a censura e os ataques gratuitos e injustificados de entidade que se arvora (mas não em relação a todos os países [sic] o que, no mínimo, é curioso), em censora de Poder de julgar constituído. Em nosso Estado, sob a pena de se aceitar passivamente a interferência em parcela da sobera­nia nacional, representada pelo Poder Judiciário [...].
O que se lamenta é a conduta de alguns elementos de setores inconforma­dos, que, ao invés de buscar soluções no âmbito interno, na ânsia de figurar sob os holofotes da mídia [sic], levam para o exte­rior um retrato deformado da realidade [...] para alcançar notoriedade, e sensibili­zar organismos internacionais, em triste desserviço à Nação. A contribuição dessa natureza, com fornecimento a terceiros de ilustra­ção fotográfica de menores em rebelião, configura afronta ao art. 247 do Estatuto da Criança e do Adolescente, diante da exigência da observância do princípio do sigilo legal, especialmente, em relação à imagem do menor, o que bem revela a leviandade de comporta­mento, nesse particular.

Os membros da opinião pública com mais capacidade de mobilizar devem pronunciar-se face ao risco de tornar-se cúmplices de um tratamento dado a crianças, que, salvo pela quantidade, não difere essencialmente ao que foi dado durante a 2ª. Guerra Mundial, aos adolescentes presos pelas SS nos campos de concentração. As razões eram semelhantes também. Os nazistas tinham um leque de inimigos muito grandes, mas entre eles predominava o ódio racial, igual ao que acontece em alguns estados brasileiros com os jovens afro-descendentes.
Os que preferem não tornar-se cúmplices não têm outra alternativa que o confronto com os estados genocidas que aplicam estas faxinas, como São Paulo e Espírito Santo. Esta prática sistemática de tortura e genocídio não se supera com medidas mornas, junto a um sistema judiciário que é cúmplice e, às vezes, instigador destes fatos. É necessário mobilizar todos os recursos internacionais que sejam possíveis.
A continuação segue a íntegra da NOTA PÚBLICA.
Pedimos a nossos amigos da Internet que difundam esta nota a todos seus contatos e redes sociais.

Nota Pública de Repúdio à transferência ilegal de adolescentes a penitenciária no Espírito Santo
As organizações abaixo assinadas vêm por meio desta manifestar seu veemente repúdio aos recorrentes episódios de violência que aconteceram nas últimas semanas na Unidade Metropolitana de Internação Socioeducativa de Xuri e que culminaram na transferência ilegal de 65 adolescentes para uma unidade do sistema penitenciário em Linhares/ES, no dia 6 do corrente mês.
A transferência dos adolescentes para uma Unidade do Sistema Prisional Humanos, ainda que em caráter provisório, viola frontalmente os princípios que regem o SINASE (Sistema Nacional de Atendimento Sócio Educativo), tendo em vista que o padrão arquitetônico e a ausência de projeto pedagógico são inadequados para o atendimento socioeducativo.
Ao transferir ilegalmente adolescentes para o sistema prisional, o Governo do Estado fere a Declaração Universal dos Direitos Humanos que completa amanhã 63 anos e descumpre as medidas provisórias da Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA que determina que desde fevereiro desse ano o Estado garanta a vida e a integridade física dos adolescentes e funcionários sob a responsabilidade do IASES.
As organizações que assinam essa nota exigem que os 65 adolescentes sejam imediatamente abrigados em unidades socioeducativas compatíveis com a legislação nacional e convenções internacionais de proteção à integralidade dos direitos das crianças e adolescentes.
Vitória e Rio de Janeiro, 9 de dezembro de 2011

Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Serra
Pastoral do Menor do Estado do Espírito Santo
Justiça Global
Movimento Nacional de Direitos Humanos/ES
Centro de Apoio aos Direitos Humanos Valdício Barbosa dos Santos
Centro de Defesa Dom Tomás Balduíno
Centro de Defesa Regional Pedro Reis
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