sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Elis Regina e Milton Nascimento - Caxangá



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Caso Battisti: Fim do Pesadelo

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Carlos A. Lungarzo

Anistia Internacional





Desde Novembro de 2009, quando o presidente Lula manifestou na cidade de Salvador, que já tinha tomado sua decisão sobre o Caso Battisti, e que apenas aguardava o acórdão do STF (que foi publicado em abril) para fazer-la conhecer, a comunidade progressista e humanitária já sabia que o chefe de estado iria a encontrar uma maneira de rejeitar o pedido de extradição impetrado pela Farnesina, e concedido pelo máximo tribunal. Entretanto, nenhum de nós sabia qual seria o conteúdo do ato executivo onde se expressaria essa decisão.

Pessoalmente, junto com meus amigos mais comprometidos, pensei que o mais adequado era a outorga do asilo presidencial, que, por seu caráter discricionário, colocaria o escritor italiano, pelo menos teoricamente, a salvo da tentativa do STF de reabrir a questão, um risco com o qual tinham ameaçado várias vezes o então chefe do Supremo e o relator do caso. Foi por isso que empreendemos uma coleta de assinaturas que, em tempo três vezes menor, conseguiu 14 vezes mais adesões que a petição dos fãs do linchamento, apesar da ajuda brindada a eles pelo generoso governo italiano.

É verdade que a figura mais adequada seria a de imigrante (ou seja, a fórmula outorgada sob o visto de residente permanente), porque daria a estadia definitiva, permitindo a naturalização, e garantindo uma profunda integração num país cujo povo encantador em nada se parece àquela décima parte (ou menos), formada pelas das elites que mantêm o poder físico, jurídico e mediático. Entretanto, alguns pensamos que o presidente evitaria usar a fórmula de imigração para diminuir os atritos com o governo italiano, para quem uma proteção tão forte poderia ser interpretada como um desafio. Tratar Cesare como imigrado esquentaria ainda mais o surto de “febre vendettária” do estado e da mídia da Itália, pois daria a ele a possibilidade de dar um adeus definitivo ao país onde ele, como milhares de outros jovens sonhadores, foi perseguido e humilhado. Ele se tornaria, como muitos de nós, uma nova pessoa, numa nova cultura, com novas esperanças.

Entretanto, embora não saibamos quem pensou exatamente na figura de imigrado (poder ter sido o talentoso advogado Luiz Inácio Adams), ela era a melhor escolha possível do ponto moral e jurídico.

Juridicamente, se um perseguido é admitido como permanente, a praxe internacional é que qualquer ação jurídica de expulsão, seja com base em extradição ou com qualquer outra, seja extinta. É claro que o Supremo poderia ignorar esta decisão, como o fez ao “derrogar” na prática a lei 9474/97, e criar sua própria justiça, como fez numerosas vezes, mas a dificuldade seria maior, e lançaria um aberto desafio ao governo e parte do parlamento, contra os quais não poderia lutar facilmente. Além disso, agora que está claro o apoio total do estado a causa do asilado, os ativistas de causas humanitárias (que, em alguns casos, não temos talvez rendido todo o que podíamos) poderiam criar algum “desconforto” numa decisão de tal grau de aberração. Finalmente, um ato judicial em direito humanitário pode ser apelado junto à CIDH, que já condenou numerosas vezes o Brasil e até conseguiu que fosse aprovada a famosa Lei Maria da Penha.

Do ponto de vista moral, a medida é digna porque não se vale de pretextos para proteger Cesare, como se tivesse medo dos buffoni peninsulares. De fato, quando Giuseppe Crucciani, autor de um dos livros contra Battisti que tenta manter mais objetividade e o único que dissimula parcialmente seu ódio, foi interrogado pela imprensa italiana em junho de 2010 sobre o que faria Lula, disse: “ele vai argumentar alguma coisa como problemas de saúde”.

Não foi esse o estilo do decreto presidencial. É verdade que este não faz referência às fraudes no julgamento de Cesare nem a justiça de sua causa (não cabia esperar isso na situação atual), mas reconhece que Battisti é alvo de graves riscos, nos termos salientados pelo Tratado de Extradição. Devemos estar gratos que o perseguido tenha sido protegido sob uma forma que não é humilhante nem caridosa, mas, simplesmente, justa.

O documento da AGU, assinado pelo advogado substituto Fernando Luiz Albuquerque Faria, levanta um argumento de impecável evidência. É verdade que havia muitas mais ameaças concretas, bem documentadas, que as que o parecer descreve, mas não era necessário falar de todas elas. Faria mencionou algo que ninguém poderia negar de boa fé: a enorme agitação nas ruas italianas pedindo a cabeça de Battisti. Se, (acrescentemos) toda esta descarga de histeria e de doença social, se dispara contra uma pessoa que permanece numa prisão a 10.000 Km de distância, que aconteceria se o alvo de ódio estivesse aí, perto, nas mãos daqueles fanáticos sedentos de vendetta?

Temos lá o poderoso chefe policial Maccari, “herói” do massacre de estudantes de Genova em 2002, que sugeriu, talvez num momento de grave aumento de sua adrenalina, que a Itália deveria “declarar guerra a países como esse (Brasil)”.

Mais famoso que ele, é o Ignazio La Russa, menino de ouro nas juventudes fascistas de 1970, quando comandou os ataques anticomunistas da Praça de San Babila, em Milão, e lamentou não poder torturar Battisti. (Se ele não tivesse sido acolhido pelo Brasil, agora ele poderia). Sem falar das declarações ameaçadores da AIVITER, do sindicato dos carcereiros, e de muitos outros.

Não seria útil nem saudável indagar quais são as razões com que o governo brasileiro decidiu finalmente acolher Battisti. Os fins não justificam os meios, mas existem meios que são neutros, e que se tornam bons se os fins são bons. Não cabe, neste dia de celebração, colocar problemas como “por que o Brasil se mostrou finalmente justo com um perseguido político”. Não importa se foi por orgulho nacional, pela influência negativa da própria Itália, que com seus insultos descabidos e delirantes acendeu ao máximo a indignação do governo, tampouco importa que não tenha sido por apego aos direitos humanos. Afinal, a luta pelos direitos humanos no Brasil tem décadas, e deverá seguir durante muito tempo até obtermos algum resultado respeitável.

Devemos reparar em que o governo reagiu, por quaisquer motivos, da maneira justa. Até o silencioso Itamaraty, que nunca escreveu uma linha para defender o nobre ministro Tarso Genro, disse:

O governo brasileiro manifesta sua profunda estranheza com os termos da nota da Presidência do Conselho de Ministros da Itália, em particular com a impertinente referência pessoal ao Presidente da República.

Ainda temos muito para refletir. A não extradição de Cesare é o produto da ação de numerosos movimentos e de figuras nacionais estrangeiras que muito lutaram para que o país não caísse numa atitude medieval e inquisitorial, voltando às brumas de um mundo totalmente governado pela cruz e a espada. São muitas as pessoas que deveríamos analisar, e espero poder faze-lo em próximas etapas. Por enquanto, só desejo referir-me à escritora francesa Fred Vargas, ao jornalista Celso Lungaretti e ao Senador Eduardo Suplicy. Deixo para um momento menos emocionante analisar todos os atores que com suas condutas, sentimentos, atos de grandeza e generosidade lutaram contra a direita parlamentar, a direita armada, os jagunços de todos os naipes, a sabotagem do CONARE e, sobretudo, contra a mídia coprofágica e mentirosa, que encheu de ódio e desinformação as massas brasileiras.

Um fato crucial, neste momento, é a decisão sobre a liberação concreta do novo imigrante. No momento de escrever esta nota (31/12/2010 – 19:24) havia uma certa confusão semeada, aparentemente, pela cúpula do Supremo Tribunal Federal. O presidente Peluso teria dito, segundo as notícias circulantes, que cabia a ele abrir as portas da cadeia, e também tinha cogitado que desejava consultar o plenário do STF antes de fazer isso.

Entretanto, figuras com um peso jurídico e bom senso bem maior que o esforçado inquisidor, tem dito o contrário. Luís Barroso afirma que o próprio ministro de Justiça pode liberar Battisti, já que a decisão de negar a extradição veio do poder executivo.

Tão ou mais categórico é o célebre magistrado Marco Aurélio De Mello, que afirma que, extinta a extradição, não há motivos para a prisão. De fato, o extraditando é mantido preso em antecedência a seu deslocamento ao país requerente, mas agora o país requerente ficou, dito seja com todo respeito, chupando o dedo. Portanto, Cesare deveria ser liberado imediatamente.

Veremos o que acontece nas próximas horas ou dias, mas os milhares de pessoas que apoiaram a liberdade de Cesare, devem permanecer em estado de alerta. Todos os militantes mostraram muito bom senso nos últimos dias, controlando sua impaciência e facilitando a ação do presidente Lula. Essa atitude deve ser mantida, mas isso não significa baixar a guarda.

Heloísa Fernandes - Colheita (Heloísa Fernandes) - Instrumental SESC Bra...



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Eric Clapton/Change the world

Lô Borges - O Trem Azul



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Jararaca e Ratinho - Saxofone, Por Que Choras - ( RJR RARIDADES )

http://www.youtube.com/watch?v=1slxsGSX3eQ

Chico Buarque - Ano Novo



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DESTAQUES DE 2010


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O ano de 2010 deixa saudades para alguns e tristezas para outros, como sempre acontece em todos os anos. Tivemos nascimentos, mortes, tragédias, guerras e momentos emocionantes...

     No Brasil, a eleição de Dilma e a convocação de “Dilmetes” para todos os cargos possíveis – desde segurança até Apontadora Oficial de Lápis Para a Presidente mostrou que a ideologia de Dilma é o Feminístico, ou a mistificação do feminismo. E este é o fato mais brega e engraçado do ano de 2010.

     Não escrevi sobre as lágrimas do Lula ao deixar o Palácio do Planalto com os seus muitos caminhões repletos de presentes – biscuits, fitinhas, porta-retratos, coisas assim... Ou sobre as enchentes ou o assalto às favelas do Rio de Janeiro. Ou, ainda, sobre as fabulosas vitórias dos nossos atletas em suas diversas competições.

     Esses assuntos mais importantes eu vou deixar para as grandes redes de televisão e suas equipes de reportagem.

     Este é um blog simples, limitado. Por isto, simplesmente, limitadamente, segue abaixo o que considerei alguns destaques do ano de 2010.


     A frase do ano: “Você sabe que eu tenho o poder do veto!”. Lula para o seu amigo Sérgio Cabral, sobre os royalties do pré-sal.

     A piada do ano: COP 16. Terminou como começou – emissão de gases 100%, principalmente dos participantes.

     O fiasco: a seleção dos Amigos do Dunga na Copa da África do Sul.

     Prêmio “Segredo de Estado”: a “zerésima” urna eletrônica brasileira. Todos desconfiam e ninguém tem certeza.

     Prêmio “Brumas de Avalon”: as eleições brasileiras com as inescrutáveis urnas eletrônicas.

     O canal de televisão do ano: Globo News, que provou que é possível não informar sorrindo.

     O canal de televisão estrangeiro do ano: Globo News (!), que também acumula o prêmio “Nós Amamos Os Estados Unidos”. Os jornalistas até sabem falar português.

     Prêmio “Time do Ano”: Mazembe.

     Prêmio “Mamãe Eu Quero”: PSDB e aliados.

     Prêmio “Amigo Secreto do Ano”: Aécio Neves, amigão do PT.

     Prêmio “Impostômetro”: vai para o brasileiro, que paga os impostos mais altos do mundo e ainda faz carnaval.

     Prêmio “O Que Será, Que Será?”: para Eduardo Suplicy (PT), que deu cartão vermelho para José Sarney (PMDB), no início do ano, pedindo a sua renúncia e o Sarney terminou o ano como presidente do Senado e aliado do PT.

     Prêmio “Luzes Que Se Apagam”: Yeda Crusius, que conseguiu a façanha de conquistar 19% do eleitorado na tentativa de reeleição como governadora do Rio Grande do Sul.

     Prêmio “Expectativa”: ao Supremo Tribunal Federal, por suas (in)decisões.

     Prêmio “Quem Sou Eu?”: INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), que continua atolado na beira da História.

     Destaque “Quase Poder do Ano”: a Câmara Federal, agora representada dignamente por Tiririca.

     Prêmio “Estória Infantil”: Os Três Porquinhos – de Dilma, la Rousseff.

     O idioma do ano: o Dilmês, somente inteligível pelos altos iniciados do partido da caríssima R$26.723 e todas as mordomias Dilma.

     Melhor Atriz: Marina Silva.

     Melhor Ator: Lula Silva.

     Melhor Atriz coadjuvante: Dilma Silva Rousseff.

     Melhor Ator Coadjuvante: José Serra (que não é Silva).

     Prêmio “Eu Voltei”: Antonio Palocci.

     Chefão do ano: Sérgio “Pré-Sal” Cabral.

     Morte anunciada: Julian Assange, criador do Wikileaks.

     Prêmio “Ditadura II – O Regresso”: Dilma, por arquitetar e construir a hidrelétrica de Belo Monte, em pleno parque do Xingu - o que provocará grande impacto ambiental e desalojará mais de 30 povos indígenas.

     Prêmio “Esquerda Amestrada”: PSOL.

     Prêmio “Direita Travestida”: PT.

     Prêmio “Este É Um País Que Vai Pra Frente”: Ministério da Educação, que acumula o prêmio “Comigo Ninguém Roda”.

     Prêmio Ignóbil da Guerra: Obama, por razões óbvias.

     O desmatador do ano: Aldo Rebelo, do patético PC do B, também conhecido como o partido pelego preferido do PT. Foi o relator do projeto que permitirá desmatar ainda mais a Mata Atlântica.

     O “CARA” do ano: Nelson Jobim – o poderoso invasor de favelas, que também leva o prêmio “O Haiti É Aqui”.

     Prêmio “WikiLeaks do Ano”: Nelson Jobim (de novo?), pela sua estreita amizade com o Grande Irmão do Norte.

     Prêmio “A Raça do Ano”: os nordestinos, segundo Dilma e seus fiéis crentes.

     Prêmio “Boneco Sorridente do Ano”: José Serra, que também leva o Prêmio “Me Engana Que Eu Gosto”.

     A intelectual: Dilma Silva Roussef, por suas inovações lingüísticas.

     Prêmio “Calcinha Preta”: para a semigótica música caipira, que pensa que é country e se diz sertaneja.

     Prêmio “Chico Buarque”: Ministério da Cultura de Dilma.

     Prêmio “Inteligência Artificial”: para os que desejam proibir Monteiro Lobato nas escolas.

     Prêmio “Zé Padilha Ataca Novamente”: “Tropa de Elite 2”, por defender a violência policial.

     Prêmio “Esperançoso”: Michel Temer, vice de Dilma.

     Prêmio “Temerária”: Dilma.

     Prêmio “Carnaval do Ano”: as eleições.

     Prêmio “Povo Brasileiro”: Tiririca.

     Prêmio “Bobo do Ano”: o povo brasileiro.

     Destaque artístico: Lucas Thomazinho. Um dos melhores pianistas brasileiros. 15 anos.

     Destaque de Honra: o povo grego que, ao contrário do brasileiro, vai para a rua e luta pelos seus direitos.


Um Feliz Ano Novo!

Fausto Brignol.

Deus Lhe Pague - Chico Buarque



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LULA DECIDIU: BATTISTI FICA!

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Dignamente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu a palavra final do Brasil a respeito da pretensão do Governo Berlusconi, de obter a cabeça do escritor e perseguido político Cesare Battisti para exibi-la como um troféu do suposto triunfo da mais retrógrada e intolerante direita européia sobre os ideais de 1968: o pedido de extradição está definitivamente negado.

Battisti morará e vai escrever seus livros no território brasileiro, a salvo da  vendetta  neofascista.

O que resta, doravante, é um exercício de  jus esperneandi  por parte do presidente do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso, que precisa de mais algumas semanas para digerir a devastadora derrota pessoal que acaba de sofrer. E é apenas isto que terá.

No fundo, o Caso Battisti só está prestes a completar quatro anos porque, desde o primeiro momento, o STF tem agido como um Poder alinhado com um governo estrangeiro, a golpear instituições e tradições brasileiras.

Por que ordenou a prisão de Battisti em fevereiro de 2007, se era um homem que levava existência pacata, honesta e produtiva há quase três décadas? Não seria suficiente a liberdade vigiada?

A detenção já não se constituiu num prejulgamento, além de uma tentativa de influenciar o julgamento propriamente dito com a produção e farta difusão de imagens negativas?

Por que a exibição de algemas choca tanto o ministro Gilmar Mendes quando o algemado é suspeito de estar praticando crimes financeiros aqui e agora, mas nem um pouco quando se trata de um acusado de haver cometido crimes políticos em outro país, no longínquo final da década de 1970?

A GUERRILHA JUDICIAL DA DUPLA DIREITISTA

Se dúvidas havia quanto à necessidade de manter Battisti preso, deixaram totalmente de existir em janeiro de 2009, no exato momento em que o ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu-lhe refúgio humanitário.

Pela Lei do Refúgio e pela jurisprudência consolidada em vários casos, só restava ao STF arquivar o pedido berlusconiano, como arquivara outros, idênticos, no passado.

Mas, na condição de homens de direita que são e sempre evidenciaram ser, o então presidente do Supremo Gilmar Mendes e o relator Cezar Peluso resolveram subverter o Direito, lançando uma espécie de guerrilha judicial contra o Estado brasileiro:
  • não encerrando o processo nem libertando Battisti, como deveriam ter feito;
  • permanecendo surdos aos muitos e fundados pedidos de libertação do escritor, nem que fosse para aguardar sob vigilância a pantomima que os dois preparavam com lentidão exasperante;
  • tudo fazendo para que o Supremo, numa das decisões mais infelizes e grosseiras de sua História, revogasse, na prática, a Lei do Refúgio, o que (legislar) não é, nunca foi nem jamais será  atribuição do STF; e
  • linchando Battisti, ao julgar seu caso com base não num relatório, mas num panfleto, uma peça da mais gritante e escancarada tendenciosidade.
Jamais eu vira, numa vida inteira de participação em lutas sociais e exercício do jornalismo, o relator de um caso polêmico encampar TODOS os argumentos de uma parte e NENHUM da outra. Mais unilateral, impossível.

Mesmo assim, a escalada de arbitrariedades foi detida quando um dos ministros que até então sustentatva a frágil maioria de 5x4 recuou, horrorizado, ante a tentativa de usurpar-se do presidente da República a prerrogativa de dar a palavra final no caso.

O que não impediu Mendes e Peluso de, após o fim do julgamento, ainda darem um jeito de reabri-lo para alterar o já decidido, numa manobra sem precedentes nos anais do STF, como notou o ministro Marco Aurélio de Mello: a pretexto de esclarecer um voto, enxertaram um condicionamento.

ITALIANOS TRAMARAM ASSASSINATO DE BATTISTI

Mas, obrigando Lula a ater-se aos termos do tratado de extradição entre Brasil e Itália, não lhe criaram real embaraço.

Pois, se o fundado temor de que o extraditado venha a sofrer "atos de perseguição e discriminação" é motivo suficiente para deixar de entregá-lo ao solicitante, não há mais o que discutirmos:
  • é público e notório que o Serviço Secreto Italiano tramou com mercenários o assassinato de Battisti na América do Sul, só não levando o plano adiante por divergência quanto ao preço do  serviço;
  • autoridades e entidades italianas estão, desde fevereiro/2009, dando as mais despropositadas e furibundas declarações a respeito de Battisti, incluindo ameaças de retaliação ao Brasil, promessa de vingança de uma associação de carcereiros e a bizarra confissão do então ministro da Justiça Clemente Mastella, ao reconhecer que a promessa de reduzir a pena de Battisti, de prisão perpétua para o máximo que a legislação brasileira permite (30 anos) estava sendo feita de má fé, só para nos iludir.
Tal incontinência verbal, aliás, veio ao encontro do que o principal jurista brasileiro vivo, Dalmo de Abreu Dallari, já alertara: a Itália não dispõe de nenhum instrumento jurídico que lhe permita adequar sua sentença à exigência brasileira. Recorre a subterfúgios espúrios, simplesmente.

Só não sei como qualificar a    de juristas brasileiros que supostamente ignoram aquilo que tinham a obrigação de saber, pois foi noticiado pela própria imprensa italiana.

É simplesmente inegável e insofismável, salta aos olhos e clama aos céus, que Battisti não só vai ser perseguido e discriminado, como correrá enorme perigo de vida caso seja despachado para a Itália.

AUTORIDADE PRESIDENCIAL EM XEQUE

Se Cezar Peluso quiser apenas dividir a responsabilidade pelo arquivamento do pedido italiano com o restante dos ministros, isto já deporá contra ele, pois a característica mais marcante de sua gestão está sendo exatamente a paralisia do Supremo.

Pior: caso, como faz supor a indicação de Gilmar Mendes para relator, o que ele pretenda é questionar a decisão do presidente da República, aí entraremos num terreno perigosíssimo.

O Supremo já decidiu que cabe ao presidente da República o papel de última instância, respeitando os termos do tratado de extradição Brasil-Itália.

Foi o que Lula fez, utilizando argumentação cabível e consistente, como condutor que é da política externa brasileira e contando com as informações privilegiadas (muitas das quais sigilosas) de que dispõe exatamente por exercer tal função.

Se o STF se dispuser a esmiuçar os elementos de convicção de um presidente, este será obrigado a revelar aquilo que tem por obrigação guardar para si, o que poderá gerar graves transtornos e prejuízos para o Brasil, conflitos internacionais e até guerras.

Então, há um limite para a invasão das prerrogativas presidenciais por parte do STF. E este limite será ultrapassado se o Supremo se meter a destrinchar esta decisão do Executivo, respaldada num parecer tecnicamente inatacável da Advocacia Geral da União e que, ao próprio senso comum, evidencia-se como o chamado  óbvio ululante.

Até o  sujeito da esquina -- aquele personagem ao qual o ministro Gilmar Mendes se referiu como se fosse o cocô do cavalo do bandido -- percebe que Cesare Battisti não terá seus direitos respeitados na Itália.

É um país:
  • que fechou os olhos a torturas e maus tratos durante os  anos de chumbo;
  • que fez, então, leis retroagirem para abarcar fatos ocorridos antes de sua promulgação.
  • que admitiu estender prisões preventivas (ou seja, de meros suspeitos que ainda não haviam recebido sentença nenhuma) por mais de dez anos;
  • que julgou réus ausentes, aceitando que fossem representados por advogados munidos de procurações forjadas e não voltando atrás quando a falsificação ficou indiscutivelmente provada;
  • que tramou atentado pessoal contra Battisti e moveu-lhe uma campanha de difamação tão falaciosa quanto enormemente vultosa.
NOVA FORMA DE GOLPISMO EM EMBRIÃO?

Aliás, pateticamente, o governo italiano acaba de afirmar em nota oficial que "o presidente Lula deveria explicar tal escolha não apenas ao governo, mas a todos os italianos e, em particular, às famílias das vítimas e a um homem reduzido a viver em uma cadeira de rodas".

Trata-se de uma óbvia alusão a Alberto Torregiani, que, autor de um livro que o projetou como vítima profissional,  é pertencente a um agrupamento assumidamente neofascista, tem ambições políticas e já admitiu que Battisti não estava entre os assassinos do seu pai Pierluigi Torregiani, conforme declarou em 30/01/2009 à Agência Ansa (vide aqui ):
"Torregiani revelou que Battisti não participou da ação que culminou no assassinato de seu pai porque havia ido à localidade de Mestre, onde teria matado o açougueiro Lino Sabbadin. 'Está tudo nos autos do processo', explicou".
Mas, demagogias, mentiras, ameaças, bravatas e  buffonatas  italianas à parte, permanece o fato de que a dupla reacionária do STF parece querer colocar o Supremo no papel de uma corte internacional  que estivesse julgando uma pendência entre o Brasil e a Itália, e não como um Poder brasileiro obrigado a respeitar as decisões tecnicamente consistentes de outro Poder.

Francamente, acredito que ficará falando sozinha, com os demais ministros não a acompanhando nessa aventura insensata e potencialmente catastrófica para nossa democracia.

Mesmo assim, cabe a todos os cidadãos brasileiros avessos ao totalitarismo, imbuídos de espírito da justiça e ciosos da soberania nacional manterem-se alerta contra o linchamento de Battisti e vigilantes contra essa nova forma de golpismo que habita os sonhos da direita inconformada com a hegemonia petista: a ditadura judicial.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Rita Lee - Orra Meu - Tour Flerte Fatal



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Só tinha de ser com você - Elis Regina

Amor de Índio - Milton Nascimento

Jorge BenJor - Charles Anjo 45, Caramba, Cadê Tereza, Miudinho>>AI AI CARAMBA!!

Pat Metheny with Charlie Haden - Cinema Paradiso



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O ANO DE 2011 NA NUMEROLOGIA


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2011 será um Ano Universal 4 – o 4º ano de um ciclo numerológico de 9 anos, que iniciou em 2008 (Ano Universal 1) e terminará em 2016 (Ano Universal 9).

     Em Numerologia, todos os ciclos são contados de 1 a 9, iniciando-se um novo ciclo após o nono ano. A cada 81 anos há o fim de um grande ciclo numerológico e os tempos se renovam. Cada ano de cada ciclo de 9 anos tem características próprias, de acordo com o seu número indicativo. Os números são apenas indicações gráficas da preponderância das nove principais vibrações que atuam sobre nós e o universo conhecido.

     De acordo com o nome e data de nascimento de cada pessoa, algumas vibrações preponderam, outras ficam apagadas. O ideal seria encontrarmos a harmonia entre todas as vibrações numéricas, mas isto só poderá ser alcançado através do esforço de cada um de nós, objetivando despertar qualidades e aperfeiçoar as virtudes que já trazemos conosco. Também trazemos defeitos, que devem ser reconhecidos e extirpados. O sucesso vem dessa constante busca de aperfeiçoamento espiritual e mental.

     Não somos números. É errado dizer-se, em Numerologia, que fulano ou beltrano é o número “x ou “y”. Na verdade, somos feixes de vibrações Na nossa relação com as demais pessoas, emitimos e recebemos as vibrações mais despertas, que traduzem características pessoais. Ao mesmo tempo, recebemos vibrações do Cosmos, afinando-nos com algumas e descartando outras, conforme for o nosso grau evolutivo.

     Tudo aquilo que fazemos, dizemos e pensamos corresponde a vibrações assimiladas e emitidas. Há uma lei esotérica que diz: “Toda palavra é mantra; todo pensamento é vibração”. Correspondemo-nos com seres e pessoas que são mais afins com as vibrações que emitimos, porque “semelhante atrai semelhante”.

     O pensamento é um forte veículo de criação, e o pensamento coletivo atua com mais força ainda. Assim, quando falamos de número do Ano Universal, mesmo que a datação esteja errada (2011 d.C.) devido à ausência do Ano zero (ano do nascimento de Jesus) e mesmo que os cálculos referentes ao nascimento de Jesus sejam discordantes, criamos, em conjunto, um ente que passou a ter vida no instante que todos passamos a acreditar em sua existência. Uma egrégora, que é alimentada por nossa crença em sua existência. E essa egrégora responde e atua com muita força. Por isso, de fato, o próximo ano será 2011, o 4º ano do atual ciclo numerológico universal.

     O número 4 era considerado o número dos números pelos pitagóricos. Era chamada de Tetractys e simbolizava os quatro elementos – água, terra, fogo e ar. Para os cabalistas, o Tetragramaton contém as quatro letras do nome de Deus: Iod, He, Vau, He. Embora aparentando o número 4, a soma de 1+2+3+4 = 10, e 10 é o número do Cosmos ou da totalidade do universo conhecido.

ANO UNIVERSAL 4

     Em Numerologia, um Ano Universal 4 é o ano base de todo o ciclo de 9 anos. E o número quatro pertence ao elemento Terra, revelando que esse próximo período de doze meses será propício para tudo o que diga respeito à organização, trabalho, poupança, busca do equilíbrio a partir de uma base material.

     Um ano sério, quando decisões importantes serão tomadas. Infelizmente, o nosso mundo ainda é dominado por pessoas extremamente materialistas, e essas decisões poderão ser no sentido de agregar maior poder para os senhores do mundo, que pactuam com forças densas e negativas.

     Na política, decisões duras serão tomadas pelos governos, devido às grandes probabilidades de recessão e inflação. Já está acontecendo na Europa, com a crise de crédito que leva a medidas contra o povo.

     Percebe-se uma tentativa de reestruturação, com a divisão entre países ricos – Inglaterra (que não por acaso não quis adotar o euro como moeda) França, Alemanha, Suíça, Suécia, Holanda; alguns que ficarão na “classe média”, como Itália e Bélgica, e outros (sempre a maioria), os pobres e endividados, com Grécia, Portugal, talvez Espanha, os países dos Bálcãs e os países do Leste europeu.

     E o euro, que deveria ser a moeda que uniria a União Européia, mostra-se como fator de divisão. A sua implantação provocou uma crise de crédito em toda a Europa. Uma única moeda para países com desenvolvimentos diferentes uns dos outros, somente poderia provocar isso.

     As pessoas acreditaram-se iguais e ricas em toda a Europa; as classes médias de cada país investiram, endividaram-se, acreditando na suposta força da moeda e quando os bancos começaram a cobrar o seu dinheiro com ágio altíssimo, os países mais fracos economicamente revelaram as suas fraquezas.

     Também nos Estados Unidos a crise de crédito da classe média, disfarçada com outros nomes, detonou uma crise interna. Mas os Estados Unidos são os donos do FMI e do Banco Mundial. Junto com a Inglaterra e Israel. Alguns bancos quebram, há fusões entre as grandes corporações e o sistema sobrevive e, inclusive, aumenta a sua força de barganha sobre os demais países. Um bom exército é o melhor crédito.

     Claro que lá o povo também sofre as conseqüências das crises. Principalmente nos estados mais pobres. As Federações provocam isso: estados mais pobres, com pessoas mais pobres, que dependem dos estados mais ricos. E os mais pobres pagam sempre quando surgem as crises que provocam recessão e inflação.

     O desemprego aumentou drasticamente naquele país, mas isso não é muito comentado pela imprensa oficial, mesmo que as populações pobres e negras de estados como Louisiana, Missouri e outros estados do sul, reclamem de Barack Obama.

     O capitalismo costuma defender-se das crises econômicas periódicas através de guerras. E os Estados Unidos, junto com vários países da Europa, tem a sua “Força de Paz da ONU” em vários países. Invadiram Afeganistão, Iraque e estão de olho no Irã e com um pé no Paquistão. O objetivo é o total controle do Oriente Médio.

     Na América Latina, deram o seu golpe de estado anual em Honduras, dominam completamente República Dominicana, Panamá, Costa Rica, Porto Rico, Haiti, Colômbia; tem alianças seguras com governos subservientes como o do Brasil, Peru, Chile, Argentina e Paraguai e estão de olho em Cuba, Nicarágua, Bolívia, Equador e Venezuela. Não tanto pelo fator ideológico, mas para expandir o seu domínio e conquistar novos mercados.

     Tudo isso está sendo preparado desde que começou o ciclo universal de 9 anos, em 2008, que foi um Ano Universal 1. 2011, sendo um Ano Universal 4, deverá ser o ano da organização final desses preparativos. Mas sempre haverá a possibilidade de guerra, embora não seja o ano adequado - principalmente contra a Coréia do Norte e Irã.

BRASIL

     Depois de ser mascarada durante 2010, ano de eleições, a bolha da inflação deve explodir em 2011. Aos poucos. Com certeza, medidas serão tomadas para evitar-se uma recessão e, nesses casos, o povo é o mais afetado. Organização, em um Estado capitalista, significa medidas salvacionistas para as elites no poder. Para o povo, promessas, mesadas e muita mídia enganadora.

     O governo de Dilma será aquele que tentará por a casa em ordem, diminuindo gastos e até parando algumas obras do PAC. Será um governo voltado quase exclusivamente para a economia. Significa acordos com multinacionais e grandes capitalistas.

     Individualmente, as pessoas devem se preparar para um ano difícil. Confiar no governo será um erro, porque será um governo voltado apenas para os grandes negócios.

     Com a maioria no Congresso, conchavos com os partidos que foram “oposição” nas eleições (PSDB e DEM) e com o total apoio da maior parte da grande mídia, o governo poderá fazer o que bem entender e o caminho da corrupção e do entreguismo estará aberto.

     Restará ao povo mais esclarecido tentar se organizar dentro dos partidos mais confiáveis – aqueles que não lutam por cadeiras no Congresso – o Congresso já provou a sua ineficácia e já mostrou a quem serve. Ou através de ONGS e demais organizações alternativas. E organizar a luta.

     Com Dilma teremos o “macartismo” brasileiro, com muita polícia e muita censura. Inclusive na Internet. Será gradativo, porque o novo fascismo age disfarçadamente.

     2011 será um ano desafiador. O número 11 vibra uma oitava acima do número 2, e 2 e 11 estão separados pelo zero. O zero é o mensageiro entre os números e estará preso entre a argúcia e a profundidade e a tentativa de evidenciar-se. De um lado a aparente sombra e quietude e, de outro, a necessidade urgente de ação.

     É o Ano do Coelho no Calendário Chinês, mas bem poderia ser o ano da Serpente: por vezes na toca, dormindo, outras, enrodilhada, pronta para dar o bote.

     Em um ano assim, de sutileza e não de jogo aberto, cuidados extras são necessários. A matéria, a extrema densidade, estará em primeiro plano. E os seres que se alimentam de matéria densa, mesmo que aparentemente vibrando em um plano imaterial, estarão mais alertas e dispostos a ajudar os materialistas, que se mostrarão mais arrogantes e agressivos.

     A busca da espiritualidade será uma necessidade para todos aqueles que ainda acreditam que a luta pelo Bem deve triunfar. Assim como a luta defensiva contra o mal, a luta pelos direitos dos cidadãos.

     Sempre lembrando que não se deve combater o Mal com outro mal - pois isto daria maior energia ao inimigo – mas com o esclarecimento, a verdade, a informação. Tornar claras as coisas, iluminar o que parece escuro e inspirar as pessoas, ao ponto de que elas próprias percebam e distingam o certo do errado – estas são as armas do Bem.

     2011 deve ser o ano da organização, da luta, da seriedade, da união daqueles que querem defender os povos, a humanidade e o planeta. Desmascarar este sistema predador deverá ser o foco principal.

Fausto Brignol.

Silencio-Madredeus



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CALADO, Marcelo Roque, já em clima de VIRADA, com os amigos deste blog, e os leitores do SARAU PARA TODOS

Renato Braz-Desenredo - Composição: Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro




Composição: Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro

Waldir Azevedo - Brasileirinho (1968)

Pedacinho do Céu - Waldir Azevedo



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Brasileirinho - Waldir Azevedo - Choro'n'Roll - Marcos De Ros

Renato Borghetti - Milonga para as Missões



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Szabasowka polka



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NO CORAÇÃO DA TERRA


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Não quero os robôs do futuro
nem a beleza artificial de paisagens fabricadas.

Não quero a parvoíce da próxima
imbecilizada geração
de pacíficos mutantes.

Não quero prazeres metálicos.

Não quero o morrer senil,
sincopado,
das folhas a cair sem a possibilidade
de tornar-se em húmus
ou preparar a futura explosão da seiva,
sem transmutar-se em nova vida.

Esse morrer não quero.

Quero, ainda, um pouco
da sóbria solidão da sombra
sábia de árvores centenárias
e ouvir a sua conversa com o vento e com a chuva,
e a placidez dos dias de sol,
quando nos sentimos ancorados
no coração da Terra,
e com ela oramos,
silenciosos e reverentes,
no único perfeito momento
entre os múltiplos momentos
da tão perfeita inacabada perfeição.

Quero espairecer, em tarde de total Primavera,
nas águas apressadas de riachos amigos,
que trazem notícias de lugares distantes,
feitos de sonhos e desafios
nos amores das flores silvestres
com esguias folhas efêmeras,
paixões desatinadas de nervosos cipós
ao enrodilhar-se em árvores esquivas e tortuosas,
verde naufragado
em outras cores e outros verdes,
na sôfrega e eterna volúpia da criação.

Quero as rochas
e o seu olhar de olhos luzidios e sinceros
e a palpitante carícia
da areia nos pés,
enquanto a tarde passa, quieta e febril,
entre o líquido marulho
e os feiticeiros rumores da margem
a prometer mistérios
no cantar dos pássaros.

Fausto Brignol.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Passaredo - Chico Buarque



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CIÊNCIA, AMOR E POESIA, VÍDEO POEMA DE MARCELO ROQUE

LUZ


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A fome é, conforme tantas vezes tenho afirmado, a expressão biológica de males sociológicos. Está intimamente ligada com as distorções econômicas.

(Josué de Castro).


     Lula decidiu antes do Natal que o Brasil é composto apenas pelos estados que tem dinheiro. Como Lula gosta muito do Rio de Janeiro, também decidiu que o Rio de Janeiro é o estado do Brasil que terá mais dinheiro. Sofismando, pode-se deduzir que Lula decidiu que o Brasil é o Rio de Janeiro. Tudo pelo dinheiro do petróleo. O que seria do PT sem o petróleo? Apenas a demagogia do Lula não iria adiantar nada.

     Os demais estados apenas farão vulto no mapa do Brasil. Mas, conforme for, dependendo das prováveis alianças, alguns estados poderão ganhar mais migalhas que os outros – principalmente aqueles que tiverem governadores do PT e de seus aliados.

     Mas, se alguns estados ganham mais ou menos que outros estados, as pessoas que vivem nos estados do nosso país, em sua imensa maioria não tem acesso a esse ganho. O dinheiro vai para os governos e governadores de cada estado, para os bancos, para os muito ricos.

     O Brasil tem o terceiro pior índice de desigualdade social e econômica do mundo, segundo a ONU. Os dados são de 2010 e o mundo tem 249 países. É um dos 15 países com maior diferença entre ricos e pobres, uma das piores distribuições de renda do planeta. Mas os 100 maiores bancos do País acumularam, no período do governo Lula, R$ 127,8 bilhões em lucros.

     Fala-se em maior distribuição de renda e o povo acredita, porque é um povo infelizmente composto de semianalfabetos dominados pela propaganda do PT. Um povo que aceita a sua miserabilidade acreditando que está melhorando de vida. E o partido do governo faz de tudo para gerenciar a pobreza e a ignorância.

     Distribuição de renda viria apenas com a reforma agrária, mas o governo do PT é o que mais expandiu o latifúndio, visando o crescimento da Balança Comercial. Não se importa com a solução de problemas, somente prorroga o endividamento agrícola com medidas paliativas, não garantindo renda ao produtor rural.

     O chamado agronegócio é um sistema perverso, porque é concentrador de terra, de recursos públicos e de tecnologia; sistema devastador do meio ambiente e que usa e abusa da mão-de-obra dos miseráveis que necessitam urgentemente de qualquer emprego e caem nas mãos de usineiros e empresários.

     E quem sustenta essa corja toda são os impostos da classe média, porque não há tributação sobre as grandes fortunas. De acordo com o site “Os Inimigos do Rei”:

“O Estado Brasileiro cobra, atualmente, a maior carga tributária DO PLANETA. Mais que Suécia, Alemanha ou qualquer outro país que anteriormente era campeão de tributação. Mas, com uma diferença: enquanto em países como Suécia e Alemanha o cidadão sabe que está amparado da hora do nascimento até a hora da morte, neste inferno tropical chamado Brasil, todos têm certeza que a dinheirama gerada por 148 dias de trabalho anuais de todos os cidadãos é embolsada, desviada, e a miséria continua, PLANEJADAMENTE continua, para que exista sempre esta maioria de miseráveis necessitando de Bolsa Família e votando nos espertalhões que deixam o País sem saúde pública de qualidade, com educação pública ridícula, sem segurança pública alguma.” (http://www.osinimigosdorei.blogspot.com/).

     O governo Lula, que termina aparentemente agora, mas continuará com aquele enfático e estranho ser chamado Dilma, é o governo dos banqueiros, dos latifundiários, das multinacionais, do entreguismo, da corrupção e da violência. E o balanço desses oito anos de lulismo é um só: Lula traiu a sua própria classe operária.

O CARA

     Obviamente, Lula não é democrata, mas isso não tem importância para ele, que gosta de vestir vermelho e fingir que é comunista e como não gosta de ler e tem escassa cultura deve achar que comunismo é o mesmo que capitalismo e estamos conversados.

     Lula é a cara do Brasil de hoje. Ele e Tiririca. Com a diferença que Tiririca é um palhaço assumido. Além disso, Tiririca é mais honesto, porque disse em sua campanha que queria ser eleito para ter mais dinheiro, enquanto Lula ainda tenta fingir que não é por dinheiro que foi eleito Presidente. Aperfeiçoou-se como demagogo.

     Na próxima eleição teremos Tiririca para Presidente, e poderá ser eleito. Porque os brasileiros adoram rir de si mesmos. Não elegeram o Lula?

     Pensando que é comunista, Lula começou a ficar parecido com Stálin. Não através de leituras, porque leitura é uma coisa cansativa para Lula. Provavelmente observando os retratos do ex-ditador soviético e comparando-os com os seus. Se tirar a barba, crescer um pouco, diminuir a barriga e aprender a ler e a escrever decentemente, haverá uma possibilidade.

     Como Stálin, Lula tem o partido único, faz o que bem entende com o dinheiro do país e botou as Forças Armadas para matar pessoas nas favelas. Aqui e no Haiti.

     Lula sente-se poderoso. Poderá ir para a ONU, servir diretamente os senhores do Norte. No Brasil, ficará a poderosa Dilma, a coisa mais engraçada que aconteceu na política brasileira nos últimos tempos.

     Assim como Stálin criou a União Soviética à força, unindo os países do Leste europeu em uma só ideologia fascista, Lula pensa em unir os países da América do Sul também em uma só ideologia fascista: a do PT. E,como Stálin, Lula acredita que fez uma grande obra assistencial durante esses oito anos de mandato.

     Lula não lê, Lula não gosta de ler. É de desconfiar que ele esteja acreditando, de fato, no que lhe contam sobre o seu governo. Se for assim, será patético. O enganador enganado; o ilusionista iludido. Um triste fim de governo. Mais ainda para o povo brasileiro, que continua acreditando nas mentiras dos seus partidos, sindicatos, associações de bairro, que lhe passam a idéia de que o poder sempre está acima, lá, bem longe... E que o povo depende do bom humor desse poder distante, que amordaça e controla a sua força para poder desfrutá-la vampirescamente, gota a gota.

     Mas Lula não manda mais daqui a alguns dias... Não manda? Manda? Não manda? Quem manda? A Dilma? Mas quem é a Dilma, senão o Lula de saias? Apenas uma pessoa escolhida para aparecer à frente do Governo, fingindo que manda. Igual ao Lula.

     Por trás da Dilma, assim como por trás do Lula, teremos o Zé Dirceu, Palloci e Genoíno. E o Tarso Genro. O Partido.

     E alguma sombra oculta por trás de todos esses, nos bastidores, que é o lugar correto das sombras ocultas do poder. Poderemos denominar essa sombra oculta de Forças Armadas, Illuminati ou Maçonaria, ou todos juntos. E ainda por trás, claro, os Estados Unidos, o Clube Bilderberg... E poderemos ir subindo até chegarmos ao Demiurgo, ou ainda além. Seres do Mal não faltam. Toda a pirâmide. E o Olho ainda acima. Tudo vendo e se deliciando.

     E o povo? É apenas uma palavra, um brinquedo, uma desculpa. O que importa para esse pessoal todo é a sua própria ganância satisfeita. O povo que pague os seus impostos e aceite as suas mesadas. Afinal, é o povo brasileiro, quieto, servil, sorridente e carnavalesco. Que vá assistir novelas, torcer pelos seus times de futebol...

     ...Assistir o bota-fora de Lula e a entronização de Dilma. Os gastos serão em torno de vinte milhões e haverá festas, discursos, sorrisos, gargalhadas e lágrimas. Tudo conforme o script. Dilma deverá estar de vermelho (?), sorrindo o tempo todo. Quando ela receber a faixa presidencial, Lula fará uma brincadeira, puxando a faixa, para que todos riam mais ainda. O povo ficará uivando de prazer na televisão. Dilma continuará sorrindo. Dirá algumas palavras em Dilmês, que alguém traduzirá para o povo ignaro.

     Depois, o discurso, prometendo a extinção da pobreza, agradecendo ao Lula, dizendo-se devotada às causas sociais. Os ministros babarão, pensando em seus salários e tantos ganhos adicionais; os secretários suarentos suarão e chorarão e todo o restante do trem da alegria, no país inteiro, tremerá alegremente, servilmente...

     Com certeza, haverá missa, quando algum representante da Igreja oficial falará gravemente e ungirá a escolhida. O povo não será convidado, mas continuará uivando, embevecido.

     Enfim, os comes e bebes e Dilma sempre sorrindo, mesmo antes dos bebes. Dúvidas: Lula e Dilma trocarão um beijo? Todos se beijarão? Haverá alguma orgia?

     As pessoas mais simples, nas suas casas, com as suas esperanças, milhões de esperanças, pendendo dos lábios do Galvão Bueno, que narrará tudo como se fosse uma final de Copa do Mundo. Os seus lábios deixarão passar palavras graves e eloqüentes, fruto de pensamentos nobres a respeito do futuro do Brazil. Com Z.

     E o povo se sentirá feliz e bestial, ao mesmo tempo, ao ver os fogos de artifício em Brasília, a cidade artificial. Tanta luz!


Fausto Brignol. 

CONVERSA - CAROLINE DA CUNHA MACIEL (clique aqui para ler mais)



Belo casal
Numa árvore
A dialogar 
Bênçãos a agradecer

Sonhos a compartilhar
E esta história

Em Estações
Se repete
A bondade reflete
Laços de união
Beleza que à alma engrandece

Sonhos
Amizade
Amor
Sonhos de felicidade
Conversa especial
Sem igual


BLOG DE CAROLINE DA CUNHA MACIEL
http://sonhadoraeaprendizsempre.blogspot.com
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Mosaicos - A Arte de Paulo Vanzolini (Parte 4/5)

Na boca da noite - Toquinho e Paulo Vanzolini



Na Boca da Noite
Composição: (Toquinho e Paulo Vanzolini)

Cheguei na boca da noite, parti de madrugada
Eu não disse que ficava nem você perguntou nada
Na hora que eu ia indo, dormia tão descansada,
Respiração tão macia, morena nem parecia
Que a fronha estava molhada
Vi um rosto na janela, parei na beira da estrada
Cheguei na boca da noite, saí de madrugada
Gente da nossa estampa não pede juras nem faz,
Ama e passa, e não demonstra sua guerra, sua paz
Quando o galo me chamou, eu parti sem olhar pra trás
Porque, morena, eu sabia, se olhasse, não conseguia
Sair dali nunca mais
O vento vai pra onde quer, a água corre pro mar
Nuvem alta em mão de vento é o jeito da água voltar
Morena, se acaso um dia tempestade te apanhar
Não foge da ventania, da chuva que rodopia,
Sou eu mesmo a te abraçar

João Valentão - Nana Caymmi - DVD Brasileirinho Maria Bethânia



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Karla da Silva - Senhora dos Encantos (Menininha do Gantois)



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Uakti - Sonata KV em Dó maior / Allegro

Uakti & Philip Glass - Xingu River

Uakti - Promessas Do Sol - Heineken Concerts - 1996

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Neuropolis - Orquestra dos Músicos das Ruas de São Paulo



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Balada para un loco - Astor Piazzolla e Amelita Baltar



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NESTLÉ & ROBERTO CARLOS: “ BUZINANDO O CALHAMBEQUE, BI-BI...”

NESTLÉ & ROBERTO CARLOS: “ BUZINANDO O CALHAMBEQUE, BI-BI...”

Por : Pettersen Filho

Buzinando o seu velho “ Calhambeque, bi-bi ”, Acordo entre a Gigante Mundial do Chocolate, a Nestlé , e o Rei da Musica Romântica no Brasil, Roberto Carlos , aparentemente, amarra, em tom de festa, a questionável aquisição da Fabrica de Chocolates Garoto , no Espírito Santo, pela Empresa, inicialmente vetada pelo CADE – Conselho de Acompanhamento do Desenvolvimento Econômico, uma espécie de Agência Anti-trust do Governo Brasileiro, ante a evidente concentração de mercado na mão de uma só Companhia, transformando a Nestlé na maior Empresa do setor no Brasil.

É que, em alusão aos 50 anos de Carreira , no bom sentido, do Rei Roberto Carlos , a Chocolateira Suíça, Nestlé , acaba de lançar, com a chancela do Rei, inusitada Campanha Publicitária , ofertando, com cobertura de chocolate preto e amêndoa crocante de castanha do pará,, Promoção em que distribuirá, para deleite e entorpecimento do Consumidor Brasileiro , que assistiu, nos últimos tempos, o preço da barrinha de chocolate subir, astronomicamente, na gôndola do supermercado, 50 belos Calhambeques, remasterizados, com assinatura do Campeão de Formula 1, Emerson Fittipaldi.

Visto dirigindo o trambolho em clipe comercial, onde, de fundo, aparece a trilha sonora do “ Cahambeque-bi-bi ”, o próprio Rei é a Estrela maior do Esquema , que, miseravelmente, varre para debaixo do tapete todo o processamento passado no CADE.

Comemoradas, quase sempre, como sintoma do aparente sucesso, e vigor, do Capitalismo Tupiniquim , toda vez que empresas do porte da Antártica & Brhama , Perdigão & Sadia ou Brasquem ? & Petrobras, se fundem, gerando obvia, e inaceitável, Concentração de Mercado , em detrimento da Concorrência e do Consumidor , seus beneficiários finais, ou não, esses nebulosos processos de fusão, quase sempre, prejudicados pela falta de lisura, resultam, obrigatoriamente, em aglomerações suspeitas e em oligopólios financeiros, no mais das vezes, precedidas de bajulamento e cooptação pela própria Imprensa.

Sem que cause, muita, estranheza, contudo, pelo menos no caso da nova “ Parceria ”, a do Rei Roberto com a Rainha Nestlé , é até compreensível, pois ambos, perante a História, se omitiram:

O Rei Roberto Carlos, quando o pau quebrava, no Regime Militar , em que insistia em cantar o seu Velho Calhambeque, e a Pátria Suíça da Nestlé , ao passo que os Judeus eram queimados nos Fornos Nazistas de Hitler, em que cozinhava o seu Chocolate Histórico...

E a fila anda:

By, quero buzinar o Calhambeque, bi-bi.-bi-bi..

By...

By.” .

http://www.abdic.org.br/roberto_carlos_nestle.htm



NESTLÉ & ROBERTO CARLOS: “ BUZINANDO O CALHAMBEQUE, BI-BI...”

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Chico Buarque - O Poder da Criação - Composição: João Nogueira e Paulo César Pinheiro



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Centro Cultural Pompéia

Centro Cultural Pompéia

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Centro Cultural Pompéia

Sobre o Centro
em 2010 a Villa Pompéia comemora seu centenário vai ser festa o ano inteiro!!!Aguarde a programação especial...
www.centroculturalpompeia.blogspot.com

Domingo, 16 de maio, cerca de 80 mil pessoas prestigiaram a 23ª Feira de Artes da Villa Pompéia, evento que foi o marco das comemorações do centenário do Bairro e que reuniu atrações para toda a família.
O evento que aconteceu em aproximadamente 12 quarteirões ofereceu uma variedade de barracas com artesanato, alimentação, prestação de serviços de saúde, Ongs (entre elas, proteção animal, educação ambiental), lançamentos e autógrafos com autores, caricaturista, editoras, exibições de documentários e curtas, teatro, entre outras atrações, além de cerca de 600 expositores da capital e de outras localidades como São Bernardo do Campo, Santo André, Embu das Artes, Santana do Parnaíba, Bragança Paulista, Mongaguá, PraiaGrande, e do interior como Valinhos, Bauru, Piedade, São Lourenço da Serra, e de outros estados, entre eles:Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná,, Rio Grande do Sul e Bahia, onde artistas e profissionais (artesões, estilistas, designers, escultores, músicos) reúnem-se para, além de expor, trocar experiências.
Organizada pelo Centro Cultural Pompéia, a Feira de Artes da Villa Pompéia, é realizada, anualmente, no terceiro domingo do mês de maio, faz parte do calendário Oficial de Eventos da Prefeitura da Cidade de São Paulo - reconhecida pelo Ministério do Turismo - e tem por objetivo, divulgar a diversidade cultural brasileira nas áreas de música, teatro, artesanato, artes plásticas alternativas, circo e representantes de novas tendências, além de promover o intercâmbio cultural e artístico tornando-se um laboratório a céu aberto para artistas novos e independentes, como foi o caso dos já consagrados: Tutti Frutti (*Luiz Carlini, ainda morador do bairro), Chico César, Vanessa da Mata, Chico Science e Nação Zumbi, Zeca Baleiro, Otto, Mundo Livre, entre outros.
No palco do rock, Luiz carlini recebeu a banda Made in Brazil e Lobão, que deu uma canja para o público e orquestrou um brinde ao Centanário da Vila Pompéia.

http://www.centroculturalpompeia.blogspot.com/
Centro Cultural Pompéia
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