sexta-feira, 23 de julho de 2010

LINGUAGEM: INCOMPLETUDE, INACABAMENTO E INCONCLUSÃO EM PAULO FREIRE E DE MIKHAIL BAKHTIN

SOUZA, Ester Maria de Figueiredo - UESB - ester@uesb.br

RESUMO: Reflexões sobre as dimensões discursivas da linguagem, como espaço de inconclusão, incompletude e inacabamento do ser humano estão presentes na obra de Paulo Freire e de Mikhail Bakhtin. Esses aspectos se inscrevem como objeto de reflexão teórica desses dois autores. Em Paulo Freire, os seus escritos da triologia das pedagogias: Pedagogia do Oprimido, Pedagogia da Esperança e Pedagogia da Autonomia enfatizam a essencialidade do diálogo, enquanto produto de interações humanas, para se humanizar o homem e a concepção de linguagem. Para o último autor, Mikhail Bakhtin, principalmente, no seu livro Marxismo e Filosofia da Linguagem, esta é compreendida na acepção de trabalho histórico, subjetivo e processo. Este estudo aprofunda leituras de escritos Freirianos e Bakhtinianos, subsidiando-se nessas fontes teóricas os conceitos apresentados, a fim de se instaurar diálogo com esses dois autores, com a expectativa de provocar leituras do pensamento freiriano e bakhtiniano no universo da escola.
Palavras-chave: Educação. Concepção de Linguagem. Paulo Freire. Mikhail Bakhtin.
ABSTRACT: This article discusses the language's discursive dimension, as Paulo Freire and Mikhail Bakhtin shows: similar of an area of incompleteness, unfinished and inconclusion. Paulo Freire's pedagogical works - “Pedagogy of the Oppressed”, “Pedagogy of Hope” and “Pedagogy of Autonomy” – emphasizes the essentialness dialogue, as a product of human interactions, to humanize man and its design of language. Mikhail Bakhtin's book “Marxism and Philosophy of Language” understood language as a historical, subjective and process construction. This article subsidizing on the theoretical concepts presented in Bakhtin and Freire's studies establish dialogue between these two authors with the expectation of provoke Freire and Bakhtin's readings on schools.
Key-words: Education. Conception of Language. Paulo Freire. Mikhail Bakhtin.


A obra de Paulo Freire é inaugural e afirmativa de uma nova pedagogia. A obra de Mikhail Bakhtin é pioneira no tratamento de linguagem enquanto produção histórica e processo interativo. Nessas produções escritas dos dois autores, as categorias têm apresentado para a pesquisa educacional, tanto nas áreas de Ciências Humanas, como a de Letras, aplicações diversas. Uma dessas aplicações é o a adoção de concepção de linguagem de cunho interacionista para investigação da práxis pedagógica. Essa comunicação define a compreensão dos termos incompletude, inconclusão e inacabamento da linguagem, postulando que é da essência da própria linguagem o seu caráter inconclusivo, inacabado e incompleto. A pessoa ao se constituir-se, compõe a própria linguagem. A linguagem constitui-se enquanto processo histórico e produto humano. Aplicou-se os métodos de pesquisa de fontes bibliográficas para extração das aproximações teóricas entre os dois autores, enfatizando as idéias de Paulo Freire em questões didáticas e metodológicas, por parte de pesquisadores e educadores, na investigação da práxis pedagógica discursiva e reflexiva.
As abordagens teóricas acerca do trabalho com a linguagem são escritas polemizando-as com os limites de compreensões das concepções de linguagem. Dentre as diversas concepções de linguagem, a concepção de linguagem de cunho interacionista referencia-se nos estudos do materialismo histórico e confere à linguagem o status de trabalho, produzido como enquanto processo de interação e diálogo.
Na abordagem bakhtiniano ( Bakhtim: 1986) , os conceitos de dialogia, assimetria de papéis, linguagem enquanto processo e a acepção da palavra como signo lingüístico provida de neutralidade oferece espaço de discursividade, para a apropriação desse signo como provocador e instaurador de interação. A palavra, também revelada por Paulo Freire em seus escritos, é um bem simbólico, que aproxima os homens e deve cumprir com a sua natureza dialógica, sendo apropriada de diferentes formas pelas subjetividades da pessoa. (...)

LEIA MAIS EM :
http://www.paulofreire.org/twiki/pub/FPF2008/TrabalhoEsterFigueiredo/VI_Forum_Paulo_Freire_Trabalho_Ester_Maria_de_Figueiredo_Souza.doc


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