terça-feira, 6 de abril de 2010

MEIO SÉCULO DEPOIS, NADA MUDOU


"Zelão", clássico da MPB, uma das faixas de A bossa romântica de Sérgio Ricardo (1960):

Todo morro entendeu
quando o Zelão chorou.
Ninguém riu, nem brincou
e era Carnaval.

No fogo de um barracão
só se cozinha ilusão,
restos que a feira deixou
E ainda é pouco só.

Mas, assim mesmo o Zelão
dizia sempre a sorrir
que um pobre ajuda outro pobre
até melhorar.

Choveu, choveu.
A chuva jogou seu barraco no chão,
nem foi possível salvar violão
que acompanhou morro abaixo a canção
das coisas todas que a chuva levou,
pedaços tristes do seu coração.


Notícia publicada agora há pouco no Folha OnLine:
"O Corpo de Bombeiros informou por volta das 9h10 desta terça-feira que o número de mortes em decorrência das chuvas que atingem parte do Estado subiu para 15.

"Segundo os bombeiros, a região com maior número de vítimas é o Andaraí, com cinco mortes. Em Vila Isabel, no morro dos Macacos, a corporação afirmou ter registrado outras cinco mortes.

"No morro do Borel, na Tijuca, são duas mortes confirmadas e três pessoas resgatadas com ferimentos após um desabamento. Outros deslizamentos causaram duas mortes ainda em Niterói".
P.S.: a contabilidade macabra foi aumentando sem parar. Por volta das 13h, as mortes já somavam 50. É esse o Rio de Janeiro que receberá o Mundial de Futebol e a Olimpíada?!

Um comentário:

  1. É ano eleitoral. O que podemos fazer para elevar o nível de consciência do eleitorado comum?
    Quantos de nós vai se engajar nesta campanha. Voto consciente existe? Desobediência civil?
    Nós temos saída ou estamos definitivamente tramados? Continuaremos testemunhas desse descaso todo daqui cinqüenta anos?

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