quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

400 ANOS DE CIÊNCIA MODERNA - UNESP CIÊNCIA (DO PRIMEIRO NÚMERO DA REVISTA)




Os quatro séculos da ciência
moderna


 E m 1609, talvez entre uma aula e
outra na Universidade de Pádua,
o então professor de matemática
Galileu Galilei (1564-1642) resolveu olhar
para o céu. De posse de uns “óculos especiais”,
aperfeiçoados por ele mesmo a
partir de um instrumento recém-inventado
por holandeses, ele viu a Lua de um modo
como ninguém jamais tinha visto. Descobriu
também que havia no espaço muito
mais estrelas do que se podia imaginar e
que Júpiter tinha seus próprios satélites.
Observações que renderam as provas de
que o mundo não gira em torno da Terra
e acabaram por desenhar um novo capítulo
na história do conhecimento humano.
Nascia ali, há 400 anos, a ciência moderna.
Efeméride à parte, a data é um mote para
refletir sobre o que representou aquele
momento para a história da humanidade, o
papel que a ciência passou a desempenhar
a partir disso e o que ela representa hoje.
Longe de marcar só a comprovação do
heliocentrismo, proposto décadas antes por
Nicolau Copérnico (1473-1543), o evento
comemorado neste ano recorda um momento
de ruptura com a visão de mundo
vigente. Galileu se recusou a aceitar a
autoridade da religião sobre a natureza,
o saber revelado pela tradição. Defendeu
que para gerar conhecimento é preciso observar,
experimentar, calcular e raciocinar.
Não foi pouca coisa. Ao promover a busca
da verdade sobre os fenômenos naturais,
contrariou, em plena Inquisição, o geocentrismo
de Cláudio Ptolomeu (87-151 d.C.)
e a noção de éter de Aristóteles (384-322
a.C.), defendidos pela Igreja. Escapou de
ser queimado vivo, como Giordano Bruno
(1548-1600), que defendia concepções
semelhantes, mas teve de abjurar em público
sua crença de que a Terra gira em
torno do Sol e amargar o resto da vida em
prisão domiciliar. Diz a lenda que após a
negação teria se lamentado baixinho com
a frase mais famosa atribuída a ele: “Eppur
si muove” (mas ela se move).
Essas foram as primeiras descobertas
que enfatizaram que compete ao homem
a construção de seu conhecimento. Na
filosofia, essa convicção também tomava
corpo com o racionalismo do francês
René Descartes (1596-1650) e o empirismo
do inglês Francis Bacon (1561-1626).
“Com a ciência dos modernos, a autoridade
do conhecimento passa dos livros,
das escrituras, para a construção a partir
dos resultados da intervenção no mundo”,
explica o físico Fernando Dagnoni Prado,
da Unesp de Rio Claro.(...)









POR GIOVANA GIRARDI
 LEIA NA ÍNTEGRA EM :
FONTE : http://www.unesp.br/aci/revista/ed01/pdf/materia-capa.pdf

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