segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O NJR/ECA/USP CUMPRIMENTA MARCELO ROQUE PELO PRÊMIO RECEBIDO PELO CONJUNTO DA OBRA NO PROJETO DELICATTA

A ROSA...AMAMOS VOCÊ...EQUIPE NJR/ECA/USP

Marcelo Roque Poesias - Sombras - Coleção Divulgação Científica

POESIAS E LIVROS...SEMPRE PENSANDO NOS RESULTADOS...

Sombras
"Não devemos plantar árvores pensando em seus frutos, mas sim, em suas sombras" ...
Marcelo Roque
Categoria: Pessoas e blogs
Palavras-chave:
MARCELO ROQUE GLORIA KREINZ NJR/ECA/USP DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA ESTAÇÃO CIÊNCIA

Boletim eletrônico PROSCIENTIAE - nº103 - Novembro de 2009 (CLIQUE AQUI PAEA LER O BOLETIM)

 
Boletim eletrônico do Núcleo José Reis de Divulgação Científica da ECA/USP, é parte do
Projeto Integrado de Pesquisa em Treinamento de Divulgação Científica - PTDC/CNPq
e vinculado à
Associação Brasileira de Divulgação Científica - ABRADIC


Nesta edição

Relembrando Pavan e Lançando Vídeo da Coleção Divulgação Científica
Glória Kreinz

Marcelo Roque Recebe Prêmio Pelo Conjunto de sua Obra
Poeta do Orkut - Marcelo Roque


Divulgação Científica no Século XXI:

Poeta do Orkut - Marcelo Roque - O Belo

"Entendendo os Sismos"
Renata Regina Constantino

Da Música à Degradação
Mariana Queen Nwabasili

O USO DA IMAGEM NA DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: Os Cientistas
João Garcia



Visite a Blogosfera NJR/ECA/USP



MARCELO ROQUE RECEBE PRÊMIO PELO CONJUNTO DE SUA OBRA
O POETA E DIVULGADOR CIENTÍFICO MARCELO ROQUE, DA EQUIPE NJR/ECA/USP, RECEBEU PRÊMIO PELO “DESTAQUE DA OBRA” NO PROJETO DELICATTA IV-A ANTOLOGIA DE POESIAS DA QUAL O POETA PARTICIPOU FOI LANÇADA DIA 21 DE NOVEMBRO, NA LIVRARIA CULTURA DO SHOPPING BOURBON.

Cumprimentamos o POETA DO ORKUT MARCELO ROQUE pelo prêmio...Uma das poesias,"CORAÇÕES", está publicada no livro OLHARES da Coleção Divulgação Científica, v12, pag.218. (clique aqui e veja poesias publicadas na Antologia Delicatta por Marcelo Roque...Parabéns companheiro...Amamos você)



FONTE : http://www.eca.usp.br/nucleos/njr/proscientiae/

(2007) Mulheres Cientistas são premiadas pela Revista Cláudia - POR GLÓRIA KREINZ

Glória Kreinz* (2007)

Mulheres são notícia como cientistas todo ano na Revista Claudia. Este ano, no número de setembro de 2007, elas estão presentes novamente, e mostram sua contribuição. Jocélia Grazia, Mercedes Bustamante e Vera Val são os nomes das premiadas com o Prêmio da Revista Claudia para Cientistas e representam diferentes áreas de atuação, mas todas beneficiam o meio ambiente e merecem o destaque da divulgação científica...

Jocélia Grazia é a entomologista que descobriu e descreveu 127 espécies de insetos presentes sobretudo nos trópicos, alguns deles prejudiciais às lavouras de arroz e soja. Ao fornecer informações sobre os insetos-praga, dá subsídios para programas de manejo e controle, salvando, com isso, plantações inteiras. Os agricultores agradecem e os divulgadores científicos divulgam sua descoberta.

Mercedes Bustamante é bióloga. Há quase uma década fornece subsídios para o manejo e a preservação do cerrado brasileiro, além de verificar como a transformação da vegetação, principalmente pela agricultura e pastagem, contribui para o aquecimento global. O tema está na moda, e a bióloga sabe disso. Sua premiação é muito merecida assim como as outras.

Vera Val, bióloga respeitada internacionalmente, coordena 30 pessoas no Laboratório de Ecofisiologia e Evolução Molecular, no INPA. Eles analisam os efeitos de poluentes sobre os peixes, desenvolvem rações nutritivas e fazem estudos populacionais. A ação da equipe de Vera é conhecida na selva amazônica, pois a região precisa de pesquisadores como ela, e enviamos nossos cumprimentos à bióloga. A Revista Claudia acertou. Comemoramos a pesquisa brasileira e aproveitamos também para comemorar com nossos leitores a entrada da primavera: um novo ciclo de vida começa.


Divulgação Científica NJR-ECA:USO: As vencedoras Jocélia Grazia, Mercedes Bustamante e Vera Val. Fotos do Site do Prémio Cláudia: http://premioclaudia.abril.ig.com.br/


* Glória Kreinz, professora doutora em Ciências da Comunicação, é coordenadora de pesquisa da Cátedra UNESCO e do Núcleo que têm José Reis como patrono (NJR-ECA/USP). gkreinz@hotmail.com

FONTE :  http://www.eca.usp.br/njr/espiral/tecno32a.htm

(quase) HAIKAI DO MECÂNICO 2

















na velhice a conversa era profunda,
torno e ele eram extensões um do outro,
mas um dia as máquinas pararam.


Nadia Stabile - 30/11/09

(quase) HAIKAI DA FERRUGEM

















o sol, a chuva,o sereno, 
"oficinavam" junto com o mecânico,
 ferrugem é sinal de que a peça está no ponto.


Nadia Stabile - 30/11/09

(quase) HAIKAI DO MECÂNICO 1

















na velhice a  mania de apostar
na loteria aumentou.
os gatos e pássaros  eram seus amigos.

Nadia Stabile - 30/11/09

(quase) HAIKAI DO PÉ DE NÊSPERAS


















fim de tarde
o mecânico aprecia os pássaros
a festejar as nêsperas.


Nadia Stabile - 30/11/09

(quase) HAIKAI DA OFICINA - 2












 máquinas e ferramentas na noite,
cochilam,com um dos olhos abertos,
aguardando as mãos do mecânico.


Nadia Stabile - 30/11/09

(quase ) HAIKAI DA OFICINA 1























findou o dia,
as máquinas param,
logo sonharão com o mecânico.

Nadia Stabile - 30/11/09

PREOCUPAÇÃO - VANIA GONDIM (clique aqui para ir ao blog de Vania)




Preocupação

O que me preocupa
não são minhas dores
nem meus ais...

O que me preocupa
é o destino do amor
que às vezes morre
outras vezes mata...

VaniaGondim


BLOG DE VANIA GONDIM : http://vaniagondim.blogspot.com/

QUANDO O AMOR CHEGA AO FIM - POEMA E VÍDEO DE JOANA D'ARC DA MATA


POESIA E VIDEO DE JOANA D'ARC MEDEIROS DE AZEVEDO DA MATA, IMAGENS E MUSICA DO GOOGLE, NOVEMBRO DE 2009, SÃO PAULO - BRASIL,

BLOG DA POETISA http://joanadarcpoeta.blogspot.com

BALANÇO FINAL DO "BENJAMINGATE": SÓ MAIS UM FACTÓIDE DA "FOLHA"

Como jornalista, aprendi que nada é impossível.

Então, depois de ler, estarrecido, o texto no qual o cientista político Cesar Benjamin acusava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de lhe haver relatado uma tentativa de estupro que teria cometido em 1980, resolvi esperar a evolução do caso antes de condenar inapelavelmente quem um dia foi herói deste sofrido país.

Mas, a minha avaliação inicial foi das mais negativas. Dai haver afirmado claramente, em artigo escrito de batepronto, que o relato de Benjamin, da forma como foi apresentado, lhe valeria uma condenação como caluniador em qualquer tribunal.

Algo assim só seria aceitável com a corroboração da suposta vítima ou, pelo menos, das outras pessoas que ele afirmou estarem presente na conversa.

Nas edições subsequentes, a Folha de S. Paulo nada acrescentou que verdadeiramente respaldasse a versão de Benjamin -- o qual não se manifestou, sequer.

E as reações vieram em cascata:
  • o publicitário Paulo de Tarso da Cunha Santos, citado por Benjamin, afirmou que "o almoço a que se refere o artigo de fato ocorreu", que "o publicitário americano mencionado se chamava Erick Ekwall", e que não houve "qualquer menção sobre os temas tratados no artigo";
  • ex-companheiros de cela de Lula no Dops, José Maria de Almeida (PSTU), José Cicote (PT) e Rubens Teodoro negaram a tentativa de estupro, tendo Almeida acrescentado que não havia ninguém do Movimento pela Emancipação do Proletariado na cela e Cicote se lembrado vagamente de que um sindicalista de São José dos Campos seria apelidado de "MEP";
  • Armando Panichi Filho, um dois dois delegados do Dops escalados para vigiar Lula na prisão, disse nunca ter ouvido falar disso e não acreditar que tenha acontecido, mesmo porque, segundo ele, nem sequer havia "possibilidade de acontecer”;
  • o então diretor do Dops Romeu Tuma também desmentiu "qualquer agressão entre os presos";
  • o Frei Chico, um dos irmãos do presidente Lula, lembrou que a cela do Dops era coletiva e que nunca Lula ficou sozinho, pois estava preso com os outros diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (Rubão, Zé Cicote, Manoel Anísio e Djalma Bom);
  • Lula, de acordo com o chefe de gabinete da Presidência, Gilberto de Carvalho, teria ficado triste e abatido, afirmando que isso era "uma loucura".
A Veja, como era previsível, correu a magnificar o patético episódio -- tanto que acabou descobrindo quem seria a suposta vítima. Trata-se de João Batista dos Santos, ex-metalúrgico que morou e militou em São Bernardo. Dignamente, ele bateu com a porta na cara da revista, mandando um amigo dizer que "quem fez a acusação, que a comprove”.

Despeitada, a Veja fez questão de acrescentar que João "há cerca de três anos, ganhou uma indenização da Comissão de Anistia e foi viver em Caraguatatuba, no Litoral Norte de São Paulo", como se isto desqualificasse seu posicionamento.

TENDLER: BENJAMIN FEZ JUS
AO TROFÉU DE "LOIRA DO ANO"

De tudo que foi publicado, quem trouxe mais luzes para a compreensão do imbroglio foi o cineasta Silvio Tendler, participante do encontro cujo nome Benjamin disse ter esquecido.

A coluna da Mônica Bergamo fez uma rápida menção ao esclarecimento de Tendler, registrando que ele recomendara jocosamente a outorga a Benjamin do "troféu de loira [burra] do ano" por não haver entendido "uma brincadeira, como outras 300" que o Lula fazia todos os dias.

Mas, a Folha ficou devendo a seus leitores o relato completo do cineasta. que praticamente pulverizou seu factóide. Vide estes trechos:
"O Lula adorava provocar... era óbvio para todos que ouvimos a história, às gargalhadas, que aquilo era uma das muitas brincadeiras do Lula.

"Todos os dias o Lula sacaneava alguém, contava piadas, inventava histórias. A vítima naquele dia era o marqueteiro americano. O Lula inventou aquela história, uma brincadeira, para chocar o cara.

"Como é possível que alguém tenha levado aquilo a sério? Só um débil mental, um cara rancoroso e ressentido como o Benjamin, guardaria dessa forma dramática e embalada em rancor, durante 15 anos, uma piada, uma evidente brincadeira."
Balanço final:
  • a tentativa de estupro em 1980 não foi confirmada por ninguém, nem mesmo pela suposta vítima;
  • Lula parece haver feito em 1994 uma piada de mau gosto, como tantas outras que marcam sua trajetória de falastrão contumaz.
O certo é que não havia sustentação para a Folha publicar, p. ex., uma reportagem a este respeito. Não se lança uma acusação de tal gravidade contra um presidente a partir de tão pouco.

Concedeu, entretanto, uma página inteira para Benjamin colocar essa bobagem em circulação, municiando a propaganda direitista.

O flagrante desrespeito às boas práticas jornalísticas foi admitido pelo ombudsman Carlos Eduardo Lins da Silva, ao concordar com a observação de um leitor, segundo quem "não há outra opção ao jornal que publica artigo tão impactante quanto o de César Benjamin que a de, com suas equipes, tentar reconstituir os fatos narrados pelo autor".

Com a correção e a dignidade que o caracterizam, mas (perceptivelmente) sem poder dizer tudo que gostaria, o ombudsman fixou a posição correta:
"...é indispensável oferecer ao outro lado espaço e destaque similares para defender pontos de vista opostos aos do artigo de sexta-feira. O ideal seria a apuração factual dos eventos relatados e os argumentos contraditórios saírem com o artigo".
Sem motivo nenhum para ser comedido, afirmo: jornalisticamente, a atuação da Folha foi indefensável, desprezível, manipuladora.

Desceu aos esgotos, repetindo o episódio em que usou outro bobo útil de esquerda para tentar envolver a ministra Dilma Rousseff com um plano para sequestrar Delfim Netto que nunca saiu do papel (de quebra publicando, para denegri-la, uma ficha policial falsa que circulava na internet).

Ou seja, a fábrica de factóides da rua Barão de Limeira está especializando-se em manipular episódios obscuros para afixar etiquetas falaciosas em personagens políticos: Dilma Rousseff, sequestradora; Lula, estuprador.

Agora, a propaganda enganosa da direita vai martelar essas acusações mentirosas até que passem por verdade, como ensinava Goebbels.

Cesar Benjamin, que não é ingênuo, jamais deveria ter-se prestado a um papel desses.

Agora, ou ainda vem a público, com enorme atraso, comprovar sua acusação, ou estará definitivamente morto para a política.

Quanto à Folha, já morreu para o jornalismo faz tempo.

CORAÇÕES, DE MARCELO ROQUE, E CELSO LUNGARETTI DE PLANTÃO CONTRA OS MUSSOLINIS...AINDA HÁ ESPERANÇA; GLÓRIA KREINZ DIVULGA

NO POST ABAIXO CELSO LUNGARETTI COMENTA SITUAÇÃO DE IMIGRANTES NA ITÁLIA E AQUI MARCELO ROQUE PERPETUA A PAIXÃO...O SARAU PARA TODOS ESTÁ ALERTA NA SEMANA QUE SE INICIA...




Corações

Debruçado em meu peito
trago um coração
de cabelos longos e negros
olhar inquieto e profundo
e de coração
igualmente vermelho
apaixonado

Marcelo Roque

domingo, 29 de novembro de 2009

A ITÁLIA, ENTRE MUSSOLINI E DANTE

Como meu sobrenome deixa evidente, sou de ascendência italiana (por parte do avô paterno e do bisavô materno).

Mas, os dois ramos já haviam se dissociado desse passado quando eu começava a entender as coisas.

Uma lembrança remota da minha meninice foi a do meu pai e meu tio comentando a morte de um ancestral famoso: Angelo Lungaretti. Circulava de mão em mão a notícia publicada no jornal italiano Corrieri della Sera.

Atraído pelas promessas dos fazendeiros brasileiros, que mandavam recrutadores à Itália oferecendo viagem gratuita, Angelo Lungaretti veio trabalhar na lavoura cafeeira.

Raul Salles, filho do fazendeiro Diogo Eugênio Salles, assediou a irmã de Angelo. Este tentou transferir-se com a família para outra fazenda, mas Raul fez com que fossem rejeitados. E ainda persuadiu o delegado de Analândia a prender Angelo por embriaguez.

Quando o soltaram, no dia 3 de outubro de 1900, Diogo e Raul tentaram expulsar os Lungaretti da fazenda, sem pagar-lhes os 2.000 réis a que faziam jus por seu trabalho. O velho Francisco, pai de Angelo, disse que não sairiam. Diogo agarrou-o, sacudiu-o e atirou-o no chão.

Angelo, vendo o pai desmaiado, supôs que estivesse morto. Com uma velha e enferrujada garrucha, disparou contra Diogo, ferindo-o mortalmente.

Seguiu-se uma série de descalabros, como as torturas sofridas por habitantes de Analândia para que depusessem contra Angelo.

No processo, não foi levada em conta a minoridade do réu (Angelo ainda não completara 21 anos) nem se providenciou tradutor para ele e as testemunhas da defesa que não falavam bem o português, além de se relevarem várias contradições dos acusadores.

O falecido era irmão do presidente Campos Sales, que cogitou até a instauração da pena de morte, com efeito retroativo, para que pudesse ser aplicada nesse caso; foi dissuadido pela Inglaterra.

O governo italiano, supondo tratar-se de mais um anarquista, não deu a mínima. Angelo foi, entretanto, fortemente apoiado pela colônia, que até se cotizou para pagar-lhe um advogado famoso. Isto não impediu sua condenação a 21 anos de reclusão.

Finalmente, numa mudança de governo, foi libertado depois de cumprir sete anos e meio da pena. Voltou à Itália, onde levou vida tranqüila até a morte, em 1960.

Mas, esta história familiar não me interessou muito na época. Só fui lhe dar valor muito tempo depois, em função do rumo que minha própria vida tomou.

O que me predispôs mesmo a valorizar meu sangue latino foram os livros do primeiro autor que me fez a cabeça: Monteiro Lobato, com sua verdadeira veneração pelo legado greco-romano.

Graças a ele, passei a identificar a Itália com o humanismo, o equilíbrio, a sensatez. Não com o fascismo que só a derrota na II Guerra Mundial conseguiu apear do poder.

E foi ainda a arte reforçou minha admiração pela Itália: desde os fundamentais escritores Dante Alighieri, Alberto Moravia e Italo Calvino até os maravilhosos filmes de Federico Fellini, Ettore Scola, Mario Monicelli e tantos outros.

O AFETO QUE SE ENCERRA

Sem nunca ter podido conhecer a pátria dos meus antepassados, eu a imaginava como um contraponto ao sôfrego e calculista american way of life: uma terra aprazível, com um povo compassivo, que sabia viver. Pensava em cada italiano como um Marcello Mastroianni e em cada italiana como uma Sofia Loren.

E, embora estivesse ciente dos excessos com que foram combatidos os militantes da ultraesquerda na década de 1980, não os associava ao povo italiano. Para mim, a culpa toda era do PCI, que aliara-se ao partido da burguesia facinorosa (a Democracia-Cristã) contra os verdadeiros revolucionários, tangendo-os ao desespero e a atitudes insensatas como a execução de Aldo Moro.

O Caso Battisti desfez rudemente minhas ilusões: percebi que muitos italianos comuns, a exemplo do que ocorria durante o fascismo, continuam se deixando tanger por lideranças demagógicas e rancorosas.

Assim como os brasileiros foram levados pela mídia a quase trucidarem os donos da escola-base, houve italianos que aderiram insensivelmente à caça às bruxas desencadeada por Berlusconi. Que decepção!

Então, já não me surpreende a introdução de medidas repulsivas como as que a Itália adotou neste ano de 2009 para combater a imigração ilegal, propostas, claro, pelo governo Berlusconi, como as pesadas multas impostas a clandestinos e o risco de prisão que passaram a correr os que os hospedam.

Também foi aumentado de dois para seis meses no tempo de detenção de imigrantes ilegais e se criaram rondas locais de cidadãos comuns (esquadrões de delatores voluntários) para localizá-los, secundando o trabalho da polícia.

É essa Itália mesquinha e intolerante que persegue Battisti, para exibir sua cabeça como troféu, marcando o reencontro com aquele passado em que os trens chegavam sempre no horário, a autoridade era sagrada e o Duce zelava por todos.

REPÚDIO À DESUMANIDADE

Mas, nem tudo está perdido: a agência France Presse informa que 3 mil cidadãos de Cocaglio, no norte da Itália, se manifestaram pacificamente neste sábado (28) contra a decisão de seu prefeito de realizar a contagem dos estrangeiros da comunidade para denunciar os clandestinos às autoridades.

Como a cidade tem apenas 8 mil habitantes, o movimento denominado United Colours of Christmas (alusão à publicidade da Benneton) foi dos mais significativos.

E recebeu o apoio do Vaticano: "Esta ideia de relacionar o Natal e a difícil realidade que afeta os seres humanos é uma coisa dolorosa", declarou o presidente do Conselho Pontifício para os Imigrantes, monsenhor Antonio Maria Veglio.

Do outro lado, estão um medíocre prefeito eleito pelo fascistóide partido anti-imigrantes da Liga Norte e seu colega de agremiação política, o ministro do Interior do igualmente fascistóide Governo Berlusconi, um tal de Roberto Maroni.

Maroni é aquele que decidiu construir um centro de identificação e expulsão de imigrantes ilegais na ilha de Lampedusa, tida como a entrada da Europa.

Ou seja, simbolicamente, ele quer fechar a porta do continente aos miseráveis, como o príncipe Próspero fechou as portas do seu castelo aos aldeões, deixando-os entregue à peste, no imortal conto de Edgar Allan Poe, A Máscara da Morte Rubra. Torço para que ele receba o mesmo castigo de Próspero.

E (sem muitas esperanças, confesso), torço também para que a Itália siga o exemplo desses dignos moradores de Cocaglio, repudiando a herança mussolinesca e reassumindo-se como a pátria de Dante.

Legião/clip histórico

Doce Dinho - PAULINHO LIRA - Musica intrumental



BLOG DO COMPOSITOR : http://paulinholira.blogspot.com/

UM NOVO ETHOS - LEONARDO BOFF

(...)Se não tomarmos o cuidado por base, não conseguiremos compreender o ser humano. Ele funda um novo ethos, no sentido originário da palavra ethos na filosofia grega: a forma como organizamos nossa casa, o mundo que habitamos com os seres humanos e com a natureza.(...) IN "O cuidado essencial: princípio de um novoethos" Leonardo Boff

Ethos Mundial - Leonardo Boff

A humanidade passa por um grande momento de desenvolvimento tecnológico e econômico, no entanto tal desenvolvimento vem criando
problemas de amplitude macro, como injustiças sociais, o próprio sistema de trabalho capitalista e ecológicos. Partindo deste ponto, Leonardo Boff no livro Ethos Mundial incita um repensar de valores da humanidade como um todo.Segundo o autor, somente com um consenso mínimo do que seriam atitudes éticas, o planeta Terra conseguiria amparar tal desenvolvimento. Um diálogo global seria o ponto de partida para se chegar a este consenso, capaz de ampliar as chances de recuperação dos diversos estágios de degradação que o planeta passa hoje. O homem, como parte dessa imenso organismo que é a Terra (Gaia), deveria atentar para a criação de um conceito universal, calcado em premissas de uma sociedade justa e solidária, quase sejam: justiça social, respeito ao meio ambiente, tolerância às diferenças religiosas, entre outros.A solidariedade é colocada como premissa para uma humanidade mais justa, pois o homem enquanto ser social, depende instintivamente de sua coletividade, e ao depender do outro, criam-se vínculos que podem ser bem ou mau manipulados por quem detém certas vantagens sobre os demais, constituindo-se aí o inicio da exploração, seja do homem ou do ambiente como um todo.Propõe ainda uma questão, seriam a espiritualidade e a mística as detentoras das respostas para esse novo Ethos mundial? Fica claro que as diversas denominações religiosas estão em acordo quando pregam o amor e a paz, de diferentes formas, mas com um mesmo fim. Entretanto, o homem deturpa os conceitos, e coloca sua infinita intolerância no sentido de buscar encontrar uma só verdade.A obra estimula a busca por uma verdade, que seja planetária, capaz de transformar a sociedade hostil de hoje em um mundo em paz, com respeito, justiça e harmonia social e ambiental.

http://pt.shvoong.com/humanities/h_philosophy/1786003-ethos-mundial-vers%C3%A3o/


(...)Por ethos, entendemos o conjunto das inspirações, dos valores e dos princípios que orientarão as relações humanas para com a natureza, para com a sociedade, para com as alteridades, para consigo mesmo e para com o sentido transcendente da existência: Deus. Como veremos ao longo de nossas reflexões, esse ethos não nasce límpido da vontade, como Atena nasceu toda armada da cabeça de Júpiter. Mas toda ética nasce de uma nova ótica. E toda nova ótica irrompe a partir de um mergulho profundo na experiência do Ser, de uma nova percepção do todo ligado, religado em suas partes e conectado com a Fonte originária donde promanam todos os entes. (BOFF, 2000).(...)

Leia mais em:
"Urgência de um novo Ethos Mundial:o Ethos Mundial de que precisamos, segundo Leonardo Boff
Fonte :http://profpablojaime.blogspot.com/2009/10/urgencia-de-um-ethos-mundial-o-ethos.html.

TREM - ADÉLIA PRADO E DRUMMOND

"Um trem-de-ferro é uma coisa mecânica,
mas atravessa a noite, a madrugada, o dia,
atravessou minha vida,
virou só sentimento."

Adélia Prado

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(...)Se de tudo fica um pouco,

Mas porque não ficaria

um pouco de mim? No trem

que leva ao norte, no barco,

nos anúncios de jornal,

um pouco de mim em Londres,

um pouco de mim algures?

Na consoante?

No poço?

Um pouco fica oscilando

Na embocadura dos rios

E os peixes não o evitam,

Um pouco: não está nos livros.

De tudo fica um pouco.(...)

**Fragmento do poema "Resíduo" de Drummond

Trem de ferro - MANUEL BANDEIRA

Café com pão
Café com pão
Café com pão

Virge Maria que foi isso maquinista?

Agora sim
Café com pão
Agora sim
Voa, fumaça
Corre, cerca
Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força
(trem de ferro, trem de ferro)

Oô...
Foge, bicho
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pasto
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
Da ingazeira
Debruçada
No riacho
Que vontade
De cantar!
Oô...
(café com pão é muito bom)

Quando me prendero
No canaviá
Cada pé de cana
Era um oficiá
Oô...
Menina bonita
Do vestido verde
Me dá tua boca
Pra matar minha sede
Oô...
Vou mimbora vou mimbora
Não gosto daqui
Nasci no sertão
Sou de Ouricuri
Oô...

Vou depressa
Vou correndo
Vou na toda
Que só levo
Pouca gente
Pouca gente
Pouca gente...
(trem de ferro, trem de ferro)

(Manuel Bandeira in "Estrela da Manhã" 1936)

o regresso da velha senhora!

uma iniciativa do metropolitano de lisboa e clube de entusiastas do caminho de ferro, foi efectuado um passeio pela rede a bordo de uma ml-7 a qual se portou a altura do acontecimento!
Categoria: Viagens e eventos
Palavras-chave:
cec; metro de lisboa; ml-7

Privatização e Destruição das Ferrovias

Filme que mostra o desmonte das ferrovias no Brasil após a privatização (1996, principalmente da antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil - RFFSA. Fotos Tatiana, Latuf, Roque, Roberval, sindicato dos ferroviarios, Musica ameno grupo era
Categoria: Notícias e política
Palavras-chave:
Ferrovia privatização desmonte destruição

IVAN ILLICH E OS TRANSPORTES

"Diga-me a que velocidade se move e te direi quem és? Se não pode contar com seus próprios pés para se locomover, é um marginal, porque o veículo se converteu em símbolo da segmentação social e em condição para a participação da vida social. Ao conseguir propiciar aos motoristas a quebra de uma nova barreira de velocidade a indústria do transporte está patrocinando, inevitavelmente, novos privilégios para uma minoria e agonia para a maioria."  

IVAN ILLICH

Investir em ferrovias representa desenvolvimento para o país, crê Lula

Agência Brasil

17/08/2009 08:56


BRASÍLIA - Ao comentar a visita que fez ao trecho em obras da Ferrovia Norte-Sul no estado de Goiás, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que os investimentos no setor representam "um grande desenvolvimento" para o país. "Vamos dar ao Brasil aquilo que deveríamos ter construído há 20 ou 30 anos, quando, praticamente, abandonamos as nossas ferrovias", disse.

Em seu programa semanal Café com o Presidente, ele lembrou que a ferrovia começou a ser construída em 1987 e que, pouco antes de sua posse, apenas 215 quilômetros haviam sido concluídos. Atualmente, 560 quilômetros foram construídos. "Fizemos em sete anos quase o dobro de tudo aquilo que foi feito em 17 anos. Por que? Porque [a rodovia] não foi considerada prioridade depois que o presidente Sarney deixou a Presidência da República", afirmou.

"Vamos fazer um processo de integração extraordinário de ferrovias, dando competitividade aos produtos agrícolas e a outros manufaturados da região Centro-Oeste do Brasil", completou Lula.

(Agência Brasil)

FONTE : http://www.valoronline.com.br/?online/presidencia/32/5764611/investir-em-ferrovias-representa-desenvolvimento-para-o-pais,-cre-lula

QUANDO O BRASIL COMEÇOU A TER GRANDES RODOVIAS -( "ISTO EU NÃO APRENDI NA ESCOLA, MAS APRENDI COM MEU PAI")

Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco[1] (Fortaleza, 20 de setembro de 1897[1][2]Fortaleza, 18 de julho de 1967) foi um militar e político brasileiro, primeiro presidente do regime militar instaurado pelo Golpe Militar de 1964. Era filho do general Cândido Borges Castelo Branco e de Antonieta Alencar Castelo Branco, da família do escritor José de Alencar.
Nomeado chefe do Estado-Maior do Exército pelo então presidente da República João Goulart, em 1963, Castelo Branco foi um dos líderes militares do Golpe de Estado de 1º de abril de 1964, que depôs João Goulart.(...)

"(...)Obras de engenharia: Os projetos pendentes da construção de ferrovias para a interligação Norte-Sul, Leste-Oeste, passando por Brasília, iniciados por Juscelino Kubitschek, foram abandonados pelos militares.[carece de fontes?] Os projetos e construções de rodovias, devido ao custo elevado, foram financiadas por instituições internacionais como o BID, Banco Mundial, FMI, entre muitos outros, e tiveram apoio de grandes empreiteiros. Foram iniciadas as obras da rodovia [2]] BR-163 chamada de Rodovia Cuiabá-Santarém. A Rodovia Belém-Brasília, iniciada por Juscelino foi ampliada. Foi duplica a Rodovia Presidente Dutra que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, entre outras obras que foram incentivadas e aceleradas no governo militar sob o binômio segurança e desenvolvimento. BR-010 BR-210, Transamazônica BR-230, Transbrasiliana BR-153, Rodovia Castelo-Branco 

LEIA MAIS EM :  http://pt.wikipedia.org/wiki/Humberto_de_Alencar_Castelo_Branco

Trens de passageiros no Brasil

Helio Suêvo, engenheiro especialista em ferrovias, autor do livro "A Formação das Estradas de Ferro no Rio de Janeiro", traça um panorama dos trens de passageiros no Brasil.

Visite o blog "Ferrovias do Brasil": http://ferroviasdobrasil.blogspot.com
Categoria: Ciência e tecnologia
Palavras-chave:
Helio Suevo ferrovias brasileiras Latuff estradas ferro trem passageiros engenheiro Brasil entrevista

O POST ABAIXO É BRILHANTE...APENAS ILUSTRANDO A IDÉIA DE BRACELETES PARA MARIDOS VIOLENTOS...GLÓRIA KREINZ

França experimentará bracelete eletrônico para maridos violentos

LE MONDE

29/11/2009

Às vésperas da Jornada Internacional de Combate à Violência Contra as Mulheres, que acontece todo 25 de novembro por iniciativa da Organização das Nações Unidas, o primeiro-ministro François Fillon anunciou que a luta contra esse tipo de violência será a "grande causa nacional" de 2010. Escolhido todos os anos por Matignon, esse rótulo permite coroar simbolicamente um combate, mas também ajudar as associações: durante um ano, a grande causa nacional tem direito à difusão gratuita de mensagens nas rádios e televisões públicas.

A violência contra as mulheres faz um número imenso de vítimas. Na França, em 2008, 157 mulheres foram mortas por seus companheiros, o que representa uma morte a cada 2,3 dias. "Em inúmeros casos, a morte é a última etapa de um continuum de violência, uma vez que, em um quarto dos casos, já existia violência anteriormente", enfatizou, em julho, uma comissão de informação da Assembleia Nacional, presidida por Danielle Bousquet (PS) e cujo relator foi Guy Geoffroy (UMP).

Violência silenciada
Apesar de sua gravidade - na França, o espaço conjugal é, para as mulheres, um lugar mais perigoso que o espaço público -, essa violência continua com frequência calada. Segundo a Pesquisa Nacional sobre Violência contra as Mulheres (Enveff, em francês) de 2001, a taxa de denúncia é estimada em 13%, contra 32% para casos de violência no trabalho e 43% para a violência no espaço público. Essa declaração foi confirmada pelas pesquisas feitas pelo Observatório Nacional da Delinquência.

Esse tipo de violência não tem, portanto, nada de anódino: segundo o Enveff, as mulheres que apanham fazem onze vezes mais tentativas de suicídio do que as demais, e 10% das crianças que assistem a essas cenas também apanham. Uma enquete do Centro de Pesquisas Econômicas, Sociológicas e de Gestão, feita em 2006, estima o custo anual dessa violência em um milhão de euros (R$ 2,6 milhões), levando em conta os cuidados com as vítimas, o custo das estruturas de alojamento, dos procedimentos judiciais e a perda de rendimentos.

Para lutar contra esta calamidade, a secretária de Estado para a Família, Nadine Morano, desejar dar um novo impulso ao plano trienal lançado em 2008. Ela deveria anunciar nesta quarta-feira, 25 de novembro, no conselho de ministros, a experimentação na França de uma medida que foi colocada em prática na Espanha neste verão: o bracelete eletrônico para os cônjuges violentos. "Trata-se de um instrumento de proteção irrefutável", afirmou durante uma visita a Madri em 17 de novembro.

Proteção como medida provisória
Na Espanha, a Justiça pode impor aos homens violentos o uso de um bracelete eletrônico equipado com GPS. A vítima recebe um telefone móvel com GPS, dotado de um botão de alarme. Logo que o homem se aproxima da mulher ou ultrapassa o perímetro de segurança que a protege - sua casa, seu trabalho, a escola dos filhos -, o Centro Nacional de Vigilância de Madri pode avisar a polícia. Entre 600 alertas registrados desde julho por 58 braceletes cadastrados na Espanha, 222 deram lugar a uma "ativação das forças de segurança".

Para melhorar a proteção às vítimas, a secretária da Família propõe estender os procedimentos de exclusão do cônjuge violento aos parceiros não legalizados e introduzir no código civil uma "proteção provisória" que permitirá ajudar as mulheres em perigo sem atrasos. Por fim, Morano deseja introduzir no código penal um novo delito. Inspirado no assédio moral, esse texto servirá para reprimir a "violência psicológica" na relação conjugal.

A maior parte dessas medidas fazem parte de uma proposta de lei que deveria ser entregue nesta quarta, por 29 deputados da comissão de informação da Assembleia Nacional. Vindos do UMP, do OS, do PC ou dos Verdes, os legisladores descartaram a ideia de redigir uma lei à espanhola, mas criaram 65 proposições que vão desde a criação de um observatório nacional até a instauração de uma medida de proteção às vítimas. "Nós nos apoiaremos sobre o trabalho deles para conduzir as medidas anunciadas ao conselho de ministros", explica Morano.

Tradução: Eloise De Vylder


http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/lemonde/2009/11/29/ult580u4056.jhtm

O AMOR E O MAR DE MARCELO ROQUE, E A DIVINA COMÉDIA NO POST ABAIXO POR ZARATUSTRA; DOMINGO NO SARAU PARA TODOS: GLÓRIA KREINZ DIVULGA

SEM ESQUECER O CASO BATTISTI, E CONTEMPLANDO O MAR E O BRILHO DESTAS POSTAGENS, SÓ PODEMOS SER FELIZES POR ESTARMOS JUNTOS...MOSAICOS COLORIDOS...BOA TARDE...


O Amor e o Mar
Todo amor deveria acontecer no fundo do mar...
Sob a cúmplicidade do silêncio absoluto...
Tendo a beleza realçada na lentidão de cada movimento...

No fundo do mar para pisar em estrelas...
Cavalgar em cavalos marinhos...
Apanhando pérolas pelo caminho...

No mar onde os rios se encontram...
Em uma entrega desprovida de pudores...
Derramando suas águas tão doces...

Sob o afago infindável das ondas...
Coberto por lençois d’agua.....
Lençois dourados pelo sol...

No profundo mar dos sentidos...
Onde as luzes serpenteiam os desejos...
E as sereias cantam seus segredos...
Marcelo Roque

DIVINA COMÉDIA - DANTE

PARAÍSO
CANTO XXXIII

S. Bernardo pede à Virgem Maria que conceda a Dante contemplar a Deus.
O Poeta vê um tríplice círculo no qual está revelada a Trindade divina.
No círculo médio vê figurada a efígie humana.
No espírito de Dante se forma o desejo de conhecer o modo da união da natureza divina com a humana.
Um repentino esplendor lhe revela o mistério da encarnação de Cristo; e aqui termina a sublime visão.

VIRGEM Mãe, por teu Filho procriada,
humilde e sup'rior à criatura,
por conselho eternal predestinada!

"Por ti se enobreceu tanto a natura
humana, que o Senhor não desdenhou-se
de se fazer de quem criou, feitura.

"No seio teu o amor aviventou-se,
e ao seu ardor, na paz eternidade,
o germe desta flor assim formou-se.

"Meridiana Luz da Caridade
és no céu! Viva fonte de esperança
na terra és para a fraca humanidade!

"Há tal grandeza em ti, há tal pujança,
que quer sem asas voe o seu anelo
quem graça aspira em ti sem confiança.

"Ao mísero, que roga ao teu desvelo
acode, e, às mais das vezes, por vontade
livre, te apraz sem súplica vale-lo.

"Em ti misericórdia, em ti piedade.
Em ti magnificência, em ti se aduna
na criatura o que haja de bondade,

"Este mortal, que da ínfima lacuna
do mundo até o empíreo, passo a passo,
Viu quanto a vida esp'ritual reúna,

"Te exora auxílio ao seu esfôrço escasso:
A mente sublunar lhe seja dado
a Suma Dita no celeste espaço.

"Eu que, no meu ardor, nunca aspirado
hei mais por mim o que em prol dele peço
meus rogos todos alço esperançado.

"Te digna conseguir que o véu espesso
da humanidade sua despareça,
e assim lhe seja o Sumo Bem concesso.

"Depois da alta visão dá que ainda eu peça
Que conserves, Rainha Onipotente,
Sempre pura sua alma e mal avessa.

"De perversas paixões guarda-o clemente:
Vê Beatriz e o céu inteiro unidos,
juntando as mãos ao voto meu fervente"!

Os olhos, quer por Deus são tão queridos
no santo orador fitos demonstraram
que eram seus ternos rogos atendidos.

Após ao Lume eterno se elevaram,
em que, se deve crer, de criatura
olhos, em modo tal, não profundavam.

E dos desejos eu, que à mor altura
suba, o ardor cessar, como devia,
senti, me apropinquando da ventura.

Bernardo, me cenando, me sorria,
que para cima olhasse; mas eu estava
já por mim mesmo tal qual me queria.

A vista, que em pureza sublimava,
do alto, que é por si tóda a Verdade,
mais e mais pelos raios penetrava.

E o que eu vi, desde então, na imensidade
transcorreu quanto o verbo humano intente:
Cede a memória a tanta majestade.

Qual o homem, que, a sonhar, vê claramente;
depois só guarda a sensação impressa,
e o mais em todo lhe não volta à mente;

tal eu; quase a visão inteira cessa.
Mas no meu coração quase destila
doçura que em seu êxtase começa.

Assim, ao sol a nave aniquila,
se dispersava o oráculo da Sibila.

Flama excelsa, que o humano pensamento
excedes tanto, oh! presta ao meu, piedosa,
um pouco do inefável luzimento.

E a língua minha faz tão poderosa,
que uma centelha só da tua Glória
aos pósteros transmita venturosa;

pois que, em parte, surgindo-me à memória
e sendo por meus versos celebrada,
melhor se entenderá tua vitória.

Da luz pela agudeza suportada,
eu me perdera creio, com certeza,
se da luz fora a vista desviada.

E, recordo-me, pois mor afoiteza
tomei, tanto, que face a face, olhando,
encarar pude na Infinita Alteza.

Tu, ó Graça abundante, me animando,
olhos fitar ousei na luz eterna,
a visão almejada consumando.

E lá na profundeza vi que se interna
unido pelo amor num só volume
o que pelo universo se esquaderna:

Acidente, substância e o seu costume,
conjuntos entre si por tal maneira,
que da verdade exprimo um frouxo lume.

Creio que a forma universal inteira
vi desse nó; por quanto mais ao largo
sinto, ao dizer, ledice verdadeira.

Um só instante à mente dá letargo
maior, que sec'los vinte e cinco à empresa
que admirar fez Netuno a sombra de Argo.

De êxtase assim, minha alma toda presa,
atenta, absorta, imóvel se imergia,
e sempre me contemplar mais 'stava acesa.

E essa Luz tal efeito produzia,
que em deixá-la por ver dif'rente aspecto
consentir impossível me seria:

Que o Bem da sua aspiração objeto,
todo está nela; é tudo lá perfeito,
como, fora de lá, tudo é defeito.

Meu dizer de ora avante mais estreito
será no que recordo que o do infante
ainda ao seio maternal afeito;

não porque presentasse outro semblante
a viva Luz, que a contemplar eu 'stava,
Antes, como depois, sempre constante;

mas, como, olhando, a vista se alentava,
a Imutável Essência parecia
mudar, quando só eu me transformava.

Na substância profunda e clara eu via
da excelsa Luz três circ'los discernidos
por cores três, de igual periferia.

Iris de íris, um de outro refletidos
estavam, flama o tércio parecia
'spirando, por igual, de um, de outro unidos.

Quanto é curta a expressão! Quanto a excedia
meu pensar, ao que eu vi, este já sendo
tal, que pouco bastante não diria.

Lume eterno, que a sede em ti só tendo,
só te entender, de ti sendo entendido,
e te amas e sorris só te entendendo!

O girar, que, dessa arte concebido
via em ti flama refletida,
quanto foi dos meus olhos abrangido,

no seio seu da própria cor tingida
a própria efígie humana oferecia:
Foi nela a vista minha submergida!

Geômetra, que o espírito crucia
para o circ'lo medir, em vão procura
princípio, que ao seu fim mais conviria:

Assim eu, ante a nova visão pura,
ver anelara como a image' humana
ao circulo se adapta e ali perdura.
Às asas minhas fora empresa insana,
se clareada a mente não me houvesse
fulgor, que a posse da verdade aplana.
À fantasia aqui valor fenece;
mas a vontade minha a idéias belas.
Qual roda, que ao motor pronta obedece,

volvia o Amor, que move sol e estrelas.


http://www.clubedapoesia.com.br/mestres/mesdante.htm

CELSO LUNGARETTI NA TV CÂMARA - 5ª PARTE - 23/11/09 (INIMÁ SIMÕES ENTREVISTA LUNGARETTI NO PROGRAMA SINTONIA)



ASSISTA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA EM :
http://www.youtube.com/user/LIVRONAUFRAGO#g/a

SARAU PARA TODOS NA MINI- BLOGOSFERA DO "NÚCLEO JOSÉ REIS DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA" DA ECA - USP (clique aqui para ir para o site do NJR) GLÓRIA AGRADEÇO!!! SÓ VI AGORA!!!

Produto do Núcleo José Reis de Divulgação Científica da ECA/USP - São Paulo - Janeiro/Fevereiro 2007 - Ano 6 - Nº36
Textos escritos e editados pelos alunos do Curso de Especialização em Divulgação Científica, do NJR-ECA/USP





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