segunda-feira, 20 de abril de 2009

A SOCIEDADE VIGIA,PUNI,CASTIGA,TORTURA, NEUROTIZA E AÍ MANDA PRA PSICANÁLISE!!!!!

(FREUD, JUNG, REICH e LACAN)

Psicanalisar e educar ou Psicanálise e Educação? Um retorno a Freud


Rinaldo Voltolini

(...)“Um” retorno a Freud: Lacan e o “drama dos conceitos”

A expressão retornar a Freud tornou-se emblemática do projeto lacaniano para a Psicanálise.
Em geral, ela é usada para marcar o retorno necessário a rota freudiana que se reputa ter sido abandonada ou desviada.
Sabemos que esta expressão representa, no mínimo, duas coisas extremamente imbricadas entre si: uma estratégia política e um projeto ético e teórico.
Uma estratégia política, porque serviu a Lacan para apontar sua filiação a Freud, da qual recusou perenemente ser desvinculado. Lacan não admitia ser visto como dissidente, a semelhança do que aconteceu com Jung, Reich e outros, por isso precisava demonstrar as provas de sua filiação, bem como responder aos argumentos que lhe identificavam como fora do campo freudiano.
Seu primeiro seminário dado depois de sua não admissão na instituição psicanalítica francesa, que resolvera anexar-se a IPA, esteve fortemente marcado pela necessidade de afirmar-se freudiano. Os quatro conceitos da Psicanálise, Seminário XI (Lacan 1964) serviam para mostrar, entre outras coisas, como entendia os quatro conceitos básicos, fora dos quais não se poderia dizer inscrito no campo freudiano.
Mas para se mostrar em consonância com a proposta freudiana não bastava demonstrar o entendimento dos conceitos, era necessário, sobretudo, “interpretar” a crítica que lhe faziam.
Todos sabemos que a base desta interpretação recaiu sobre a identificação dos críticos a um dogmatismo religioso, marcado pela ironia do termo excomunhão, usado por Lacan na primeira aula deste seminário, para se referir a seu processo de exclusão da IPA.
A expressão retornar a Freud, dizíamos, significa também um projeto ético e teórico, a medida em que é com Lacan, autor da expressão, que fica destacado que não se pode entender Freud sem dessacralizá-lo, sem utilizar com ele, na leitura de sua obra, o próprio princípio tão evidenciado pela psicanálise de que o homem afeta a obra. Fato que implica em levar em consideração o sujeito Freud, seus impasses e conflitos.
Retornar a Freud visava, sobretudo, criar uma condição para poder superá-lo transferencialmente, sem ficar condenado a repeti-lo gargarejicamente, imitá-lo, recaindo num inevitável dogmatismo conservador.
Retornar não é o mesmo que regredir, nem repetir. De modo algum pode ser reduzido a uma mera instalação de uma outra posição, mais verdadeira ou fiel que aquela que se desviou. Esta expressão pretende marcar, prioritariamente, uma leitura libertadora, daquela liberdade que vem quando podemos fazer alguma coisa com aquilo que recebemos de nossos pais. Mas só se pode fazer algo próprio quando se elaborou a herança recebida, de modo a não sucumbir na mera repetição dela.(...)

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